WPP recebe crédito de governo do Reino Unido
Segundo informações do AdAge, holding teria acesso a cerca de US$ 747 milhões por meio de programa que apoia empresas durante a pandemia

De acordos com fontes anônimas, WPP teve o empréstimo aprovado, mas ainda não acessou o dinheiro (Crédito: Associated Press)
Por Lindsay Rittenhouse, do AdAge
O Grupo WPP teria conseguido acesso a cerca de US$ 747 milhões em crédito por meio do programa Covid Corporate Financing Facility, do governo do Reino Unido. A informação foi noticiada pelo AdAge.
Mark Read, CEO da WPP, afirmou recentemente ao jornal The Telegraph que a holding havia se inscrito para o programa de empréstimos do banco e tesouro da Inglaterra. De acordo com fontes anônimas, o WPP já teria aprovação para o empréstimo, mas ainda não teria recebido o dinheiro. Questionada pelo AdAge, a holding preferiu não comentar o assunto.
O governo do Reino Unido anunciou em março uma série de medidas temporárias, incluindo o programa CCFF, segundo o qual “empresas que fazem uma contribuição material” para a economia do país podem tomar empréstimos por até um ano em termos comparáveis aos disponíveis antes da crise causada pelo novo coronavírus. O crédito deveria ser usado “para pagar salários e fornecedores, mesmo com sérias perturbações nos fluxos de caixa”.
Os requisitos para o programa CCFF estipulam que os destinatários devem ser empresas sediadas no Reino Unido, incluindo as que contam com filiais estrangeiras, e que gerem um número significativo de empregos na região. O governo também afirmou que vai considerar companhias que gerem receita para o Reino Unido, sirvam a um grande número de cidadãos locais ou possuam unidades operacionais no país.
Alguns analistas questionam se o programa CCFF foi realmente estabelecido para ajudar empresas como o WPP. “As grandes holdings têm o mercado para apoiá-las, realinhando seus negócios para o crescimento”, afirma Greg Paull, co-fundador e diretor da R3. “Não parece apropriado que os governos as apoiem da mesma maneira que estão fazendo com pequenas empresas, que realmente atuam localmente”.
No entanto, uma fonte próxima à situação disse que o governo do Reino Unido possui programas separados que fornecem crédito para pequenas e grandes empresas, para que nenhuma das partes seja comprometida. Segundo o jornal The Financial Times , muitos varejistas do Reino Unido tiveram seus pedidos de empréstimo do CCFF rejeitados. Segundo relatórios do veículo, entre os maiores varejistas de capital aberto, apenas a Next , Marks and Spencer e Associated British Foods, proprietária da Primark, receberam crédito. De acordo com informações do The Guardian, a Virgin Atlantic, de Richard Branson, tentou garantir 500 milhões de libras do CCFF, mas teve sua solicitação negada.
*Tradução: Taís Farias
**Crédito da foto no topo: iStock