Os desafios de comunicação do Movimento Unidos Pela Vacina

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Comunicação

Os desafios de comunicação do Movimento Unidos Pela Vacina

Projeto, que conta com trabalho voluntário das agências África, Ogilvy, Tag e Inpress, visa derrubar as resistências das pessoas sobre imunização e auxiliar os municípios brasileiros


3 de maio de 2021 - 16h18

(Crédito: Reprodução)

Criado em fevereiro deste ano, o Movimento Unidos Pela Vacina já reúne mais de 3 mil pessoas em todo País, de empresários à artistas, com o propósito de tornar viável a vacinação de todos os brasileiros até setembro de 2021. Nascida a partir da iniciativa de Luiza Helena Trajano, a iniciativa tem a coordenação central liderada por dez empresários. Segundo Eduardo Sirotsky, líder do subgrupo de comunicação da iniciativa, este é um movimento da sociedade civil com espírito público, apartidário, sem interesses comerciais e composto por pessoas que querem ajudar o Brasil a enfrentar esse problema que tira vidas e que atrasa a economia através da mobilização e engajamento social.

Para ter uma noção real dos obstáculos existentes, o movimento realizou no início de abril, junto ao Instituto Locomotiva, a maior pesquisa já feita com secretários de saúde brasileiros, entrevistando os gestores de saúde de 99,99% dos 5.570 municípios do País. As organizações descobriram que 54% dos municípios dizem ter a necessidade de campanhas de incentivo para adesão às medidas adotadas, já que nessas cidades metade ou menos da população está seguindo as recomendações.

“A nossa campanha de comunicação é fundamental para que as pessoas não tenham nenhum tipo de resistência e entendam que a vacina é importante. Queremos lembrar as pessoas do seu dia e hora de vacinar, da necessidade dos cuidados como usar máscara, manter o distanciamento social e fazer a higiene. E essas mensagens precisam chegar. Existem camadas da sociedade que apresentam resistência maior do que as outras, regiões do País que tem mais dificuldade do que as outras. E a comunicação tem o objetivo de passar essa informação e de dar visibilidade para que as pessoas se mobilizem para doar, para que possam abrir seus espaços e contribuir para o projeto. Assim, teremos um processo mais eficiente, menos pessoas vão morrer e mais rapidamente a economia vai voltar” comenta.

A campanha conta com peças offline, online e spots de rádio que englobam inclusive a CUFA (Central Única das Favelas), com direcionamentos para os jovens, crianças, pessoas de idades e grupos sociais variados. Esses conteúdos foram produzidas pelos os integrantes do subgrupo de comunicação, contou com a contribuição das agências África, Ogilvy, Tag e Inpress de forma voluntária, além da participação de  Nizan Guanaes e de veículos de comunicação que abriram espaços editoriais e publicitários para que as mensagens pudessem ser veiculadas. Sirotsky agradece a toda a ajuda já realizada e afirmou que sem isso, não conseguiriam chegar onde estão e construir uma autoridade para mobilizar toda a sociedade em torno desse tema importante.

Neste caminho, ele ressalta a importância da comunicação para uma construção de marca e um real impacto. “Em pouco mais de seis semanas, conseguimos construir uma marca com credibilidade, legitimidade e alcance nacional. Isso mostra que quando a mensagem é bem desenhada, com um produto ou uma causa forte, e usa os meios adequados para a construção dessa narrativa, existe a capacidade de construção de marca forte. Sabemos que para isso, às vezes, é preciso anos, mas esse estímulo de mobilização da sociedade civil aconteceu de forma intensa no setor de comunicação. A comunicação criativa, o jornalismo profissional, foram várias áreas que se juntaram em torno de uma causa tão importante e eu gostaria de valorizar diz.

As fases e os impactos da campanha  

 A primeira fase da campanha de comunicação do Unidos Pela Vacina teve o objetivo de criar awarness para o processo, tornando o movimento conhecido e gerando adesão de pessoas, cidadãos e empresas. Agora, a segunda fase tem objetivos igualmente importantes: divulgar as entregas que estão sendo feitas, muitas vinculadas com parceiros, e continuar a forte divulgação para que a mensagem chegue na ponta de todos os municípios. Essas duas novas metas têm o objetivo conjunto que enfrentar  dois grandes obstáculos: a estruturação da vacinação e a proteção da população. 

Essas iniciativas tentam enfrentar os desafios detectados na pesquisa realizada, que também apontou a necessidade de reforço e melhoria de estrutura para enfrentar a pandemia. Dentre todos os municípios pesquisados, 40% não têm geladeira com medição de temperatura e alarme em boas condições, equipamento fundamental para armazenar o imunizante e mitigar o risco de perda de doses; em 35% deles, a sala de vacinação precisa de adequações; em 19% dos postos não há internet para o registro de imunização; 12% deles não possuem computadores e 15% apontam necessidades básicas para de equipar as salas com itens como pia com água, sabonete e papel toalha, caixa coletora de perfurocortantes, etc.

Buscando ajudar nesses pontos, o grupo Positivo doou computadores para 15 cidades de sete estados brasileiros para serem utilizados por secretarias municipais de saúde no registro e contabilização dos dados de vacinação e a Whirlpool doou 10 equipamentos de ar-condicionado e 10 refrigeradores. No sistema de apadrinhamento, o Instituto Alok apadrinhou quatro municípios: Alto do Paraíso (GO), Cavalcante (GO), Góias Velho (GO) e Ituberá (BA), com doações de câmaras refrigeradas, termômetros digitais, caixas térmicas e bobinas, e a Natura apadrinhou o estado do Pará.

Após essas duas fases já vivenciadas, a iniciativa ainda não tem um terceiro momento planejado. De acordo com o diretor, este é um trabalho contínuo que vai se renovando, com metas que vão sendo estabelecidas a partir da identificação dos obstáculos encontrados e dentro disso a comunicação é muito ágil, tem o pulso do que tá acontecendo.

Duas das estratégias deste momento são também as cidades-piloto, Maranguape (CE), Nova Lima (MG) e Rio de Janeiro (RJ), no qual são testadas soluções inovadoras para que possa ser replicado para outros estados e a divisão de empresários e integrantes do Grupo Mulheres do Brasil para coordenar localmente os municípios, com um integrante para cada estado brasileiro.

Neste momento, o que o movimento pede é um apoio dos veículos de comunicação, a continuidade daqueles que já cederam seus espaços e a adesão da causa para aqueles que ainda não participaram, principalmente os veículos regionais para um impacto mais setorizado. “Hoje nós temos lideranças em todos os estados do Brasil que representam o movimento pra dar agilidade e pra identificar os problemas que cada um dos estados tem. Então, precisamos que essas mídias locais abram o espaço para nos ajudar na divulgação” comenta Sirotsky. 

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