Barcelona e Spotify: quem ganha mais com a união entre música e futebol?

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Barcelona e Spotify: quem ganha mais com a união entre música e futebol?

Associação da plataforma de streaming, que colocará seu nome no Camp Nou, pode ampliar a divulgação da empresa no mercado da Ásia e, ao mesmo tempo, ampliar a reputação do clube


17 de março de 2022 - 8h14

Estádio do Barcelona, Camp Nou passa a ter o nome da plataforma de streaming (Crédito: Divulgação)

No início desta semana, o clube de futebol Barcelona e o Spotify anunciaram um acordo que torna a plataforma de streaming a patrocinadora máster e parceira oficial do time. Com isso, a marca do Spotify vai estampar as camisas dos jogadores e jogadoras dos times masculino e feminino pelas próximas quatro temporadas, além dos uniformes de treinamento pelas próximas três temporadas.

Outro ponto do acordo envolve o ‘batismo’ do estádio do Barcelona, que agora passa a ter o nome de Spotify Camp Nou. A negociação de naming rights chamou a atenção de quem acompanha mais de perto o universo do futebol pelo fato de ser a primeira vez que o clube catalão permite que uma marca dê seu nome ao tradicional estádio.

A história do Barcelona em relação a acordos de patrocínios é peculiar. Fundado em 1899, o clube demorou mais de um século para permitir que uma marca entrasse em seu uniforme – e quando isso aconteceu, não se tratou de uma empresa de bens de consumou ou de outro tipo de atuação comercial e sim do Fundo da Organização das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Em 2006, o valor de 1,5 milhão de euros pagos pela Unicef ao clube representou a primeira comercialização de patrocínio da história do time. Mas a primeira vez que a marca de uma empresa apareceu estampada na camisa do Barcelona foi em 2013, quando teve início a parceria entre o clube e a Qatar Airways.

Por esse histórico, é surpreendente que o clube tenha permitido que uma marca faça parte do nome de seu estádio, na opinião de Ricardo Fort, fundador da Sport by Fort Consulting. “Apesar desse tipo de patrocínio ser bastante comum em outros países, inclusive no Brasil, ele não é muito usado em estádios de maior tradição, como é o caso do Camp Nou. Para o Barcelona, é um ótimo negócio, pois representa investimentos adicionais para o clube”, acredita o executivo, especialista em negociações e associações entre marcas e o ambiente dos esportes.

E para o Spotify?
A plataforma de streaming não divulgou o valor investido nessa parceria de longo prazo com o clube catalão, mas alguns veículos espanhóis e internacionais apontaram que o acordo deve girar em torno de 65 milhões de euros por ano.

Se o ganho do clube com um contrato desses é claramente alto, há, na opinião de Fort, dúvidas em relação aos benefícios que tal investimento pode representar para o Spotify, sobretudo em relação ao acordo de naming rights. “O benefício é questionável, pois é improvável que torcedores e imprensa passem a se referir ao estádio como Spotify Camp Nou”, acredita.

O fudador da Sport by Fort Consulting vê, contudo, a oportunidade de o patrocínio ao Barcelona ampliar a visibilidade do Sportify em outros territórios. Fort relembra que os patrocínios de uniformes e estádios são mais efetivos para as marcas desconhecidas, pois eles ajudam a construir a lembrança de marca. No caso do Spotify, segundo ele, apesar de ser uma empresa muito conhecida e usada nas Américas e na Europa, ainda há muitas oportunidades de desenvolvimento na Ásia, mercado onde o Barcelona tem muitos torcedores. Além da construção de marca, Fort também vê como motivação do patrocínio a possibilidade de usar o estádio para shows de música.

Música em jogo
Embora funcionem muito bem como plataformas de ativação de marcas, esporte e música não são associações comuns no ambiente dos patrocínios de futebol. Fort diz que, em sua experiência no desenvolvimento de campanhas para várias Copas do Mundo, lembra que as atividades que tiveram maior sucesso foram as que relacionaram a música ao ambiente da Copa. Ainda assim, esse tipo de parceria como a anunciada por Barcelona e Spotify ainda não é corriqueira. “Vejo um grande potencial para o Spotify promover sua plataforma em parceria com o Barcelona”, diz.

Outro ponto que o profissional destaca é o peso do prestígio e da reputação de uma marca como o Spotify em uma ação de patrocínio como essa. “Quando clubes aceitam patrocínios de empresas russas, chinesas e sauditas, elas – sem perceber – se associam à guerra e desrespeito aos direitos humanos. Uma marca como o Spotify é respeitada e valorizado e, por isso, eleva o clube patrocinado. Isso é muito importante para uma organização como o Barcelona. Tenho certeza que a reputação do Spotify pesou muito na decisão”, conclui.

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