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Opinião

Diversidade e inclusão precisam ir além do discurso

Muitas marcas assumem postura de respeito em suas campanhas e nas redes sociais; mas é preciso garantir que isso faça parte do dia a dia dessas empresas


26 de junho de 2019 - 18h37

(Crédito: PeopleImages/iStock)

Agências de comunicação sempre mantiveram um ambiente de trabalho descontraído. Isso, no entanto, nunca foi garantia de medalha honrosa em relação ao tratamento respeitoso às minorias na Criação, no Atendimento, na Mídia, no Financeiro, na copa ou em qualquer outro departamento. Questões relacionadas à inclusão e diversidade fazem parte, muitas vezes, dos discursos, mas se mantêm longe da prática.

Dispostos a virar esse jogo, e encarar o assunto de peito aberto, criamos em 2016 um grupo chamado Parêntese na agência. Embora criado para ter uma atuação interna, o Parêntese começou a desenvolver ações de voluntariado fora da empresa, com sede em Recife (PE) e escritórios em Vitória (ES), Aracaju (SE) e Maceió (AL). A proposta desse comitê era discutir temas como empatia e diversidade, fomentando discussões internas e criando ações e campanhas de endomarketing sobre o tema. Atualmente, é formado por 16 pessoas, todos declaradamente LGBTI+, com representantes de praticamente todos os departamentos.

Entre nossa equipe de colaboradores da agência no Recife, 21% são LGBTI+. Esse percentual é bem acima do que o próprio IBGE aponta, visto que quase 9% da população brasileira (18 milhões de pessoas) assumem serem lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, transgêneros ou queer. Essa nossa postura de inclusão é ainda mais relevante – e fora da linha – quando levamos em conta estudo feito em 2018 pelo site de recrutamento Elancers, com cerca de dez mil empresas. A pesquisa revelou que 18% das companhias não contratariam o público LGBTI para cargos de chefia. Em 2015, esse número era de 38%. Dos consultores, que realizam os processos seletivos nessas firmas, 7% não contratariam de forma alguma.

Muitas marcas estão assumindo essa postura de respeito à diversidade em suas campanhas de publicidade e nas redes sociais, como, por exemplo, a posição de abraçar a causa LGBTQI+ no mês do orgulho (junho). É preciso garantir, na verdade, que esse discurso faça parte do dia a dia dessas empresas. E não só com relação à população LGBTQI+.

A criação de valor para os clientes surge a partir de ambiente de trabalho inspirador e da busca por resultados sustentáveis. Os clientes começaram a perceber essa nossa maneira de encarar esses assuntos. Os consumidores também já exigem mais que as marcas tenham um propósito. Para isso, precisamos transformar discurso em ação.

Tanto é que este ano o Parêntese ganhou novo desafio e outro patamar na agência. O grupo acaba de desenvolver campanha publicitária do Porto +, evento gratuito de empreendedorismo focado em pessoas LGBTI+, com o objetivo de aproximar esse público e o ambiente de tecnologia e economia criativa do ecossistema de inovação. Para nós, faz tempo que o Dia de Orgulho LGBTI+ não ocorre apenas em 28 de junho.

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