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Opinião

Quantos intermediários tem um influenciador?

O longo caminho entre briefing e creators não é somente oneroso para as marcas como, muitas vezes, inviabiliza o trabalho e leva ao questionamento sobre qual é, afinal, o objetivo da comunicação


30 de outubro de 2020 - 15h39

(Crédito: venimo/istock)

Investir em ações com influenciadores já é uma realidade para as marcas. Cada vez mais, as áreas de marketing direcionam investimentos para os creators ativarem as suas campanhas.

Quando um youtuber recomenda e valida um produto, um serviço ou experiência, ele convida seus seguidores a consumir também. A influência é natural porque a relação do criador com seu público é mais próxima do que se pode imaginar. Nessa convivência diária nas redes sociais, a audiência se conecta genuinamente e faz parte da vida do influenciador, conhece sua rotina, suas opiniões e preferências. Através das telas, esse relacionamento gera um vínculo emocional e uma confiança sem precedentes. Essa combinação é uma dose poderosa de engajamento e conversão.

Algumas empresas já se deram conta que, em muitos casos, existe um longo caminho entre o briefing e o influenciador. Desde 2015, dezenas de grandes, médias e pequenas agências especializadas em marketing de influência foram criadas; plataformas de busca e recomendação de perfis surgiram — não somente para mapear o melhor perfil para determinada ativação, mas também para sugerir o valor de cada like.

As agências de publicidade contratam agências de marketing de influência, que contratam plataformas, que, por sua vez, contatam agentes que se conectam a outros agentes até chegar ao influenciador.

Esse caminho não é somente oneroso para as marcas, como, muitas vezes, inviabiliza o trabalho do influenciador. As ações contratadas sofrem impacto de informações perdidas em tantos intermédios. Briefings se resumem a uma consulta simples de escopo com tabela de preço. Ninguém consegue responder às perguntas simples como: Qual é o objetivo da comunicação? Qual é o conceito da campanha? Por que um IGTV ou um TikTok?

Esse cenário cheio de intermediadores foi acentuado pela pandemia. Em busca de uma recolocação, profissionais migraram para esse nicho. Com isso, centenas de agentes surgiram e muitos deles ainda sem experiência em comunicação, atendimento e negociação. Amigos de youtubers, ou não, todos estão ávidos pela conversão (leia-se comissão) a qualquer custo.

E essa disputa ficou tão acirrada que, mesmo que a campanha ou o produto não se encaixem com o influenciador, ou que o briefing daquela ação tenha se perdido pelo caminho, orçamentos são enviados e os cachês dos talentos chegam super inflados à mesa do cliente.

É comum que, nesse emaranhado de fornecedores, alguns nomes inicialmente sugeridos pelos times de criação ou de marketing sejam substituídos por outros, sem nenhuma consulta ao perfil original.

Precisamos repensar nossos processos de trabalho neste mercado ainda sem regulamentação. Afinal, toda essa conexão poderosa que atrai e gera valor para as marcas se perde na saga que é falar diretamente com o criador para somar e ampliar o propósito original.

Os melhores projetos e cases de branded content são aqueles que surgem num brainstorming entre influenciadores, diretores de criação de agências e equipes de marketing. Esse time, trabalhando junto e alinhado, é capaz de construir a narrativa mais assertiva para a plataforma do criador, a conexão com as audiências e para atingir os objetivos traçados pelas marcas.

*Crédito da foto no topo: Piranka/ iStock

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