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Opinião

A transformação da liderança do agora

Empresas com altos níveis de confiança criam um ambiente 74% menos estressante, 50% mais produtivo e 76% mais engajado


7 de dezembro de 2020 - 11h19

(Crédito: Oatawa/ iStock)

Este mês, encerramos nosso processo para trainees e estive bastante envolvida em algumas etapas. Esse “mergulho” nas histórias de cada candidato me fez pensar muito sobre a nossa responsabilidade em gerar oportunidades para que esses jovens se desenvolvam e se capacitem em um ambiente saudável, catalisador da diversidade e da inclusão. A partir do momento em que passam a fazer parte dos quadros das empresas, temos um papel importante em apontar caminhos para que possam se diferenciar em um mercado hoje tão inconstante.

Entendo que, além de oferecer as vagas ao final do período de trainee, devemos apoiá-los para que desenvolvam habilidades pensando em um cenário profissional que exige outras visões e competências. Em um mundo cada vez mais digital — e, também, virtual — habilidades como espírito de dono, colaboração, empatia, capacidade de adaptação, olhar empreendedor e voltado à inovação serão fundamentais para que tenhamos corporações que realmente coloquem as pessoas como foco central de tudo o que fazem ou produzem. O que se conhece como “soft skills” serão mais e mais valorizadas por aqueles que buscam promover uma grande transformação de seus negócios, com impactos reais.

E temos visto que a carreira continua sendo uma das maiores preocupações das novas gerações. O que muda é que elas têm procurado exercer muito mais do que funções técnicas. A busca é por oportunidades de desenvolvimento, construção e de colaboração para novas soluções e para gerar impacto social. Uma frente de trabalho que temos incentivado muito é a atuação em “squads”, com times multidisciplinares e diversos formados a partir dos projetos, o que tem permitido a esses grupos vivenciar novas oportunidades e a ampliar a visão sobre a empresa e os negócios, a lidar com os desafios e também a prospectar oportunidades.

Nessa jornada de acolhimento das novas turmas e de preparação para o futuro, a liderança será essencial para promover e acelerar as transformações internas necessárias. Tenho aprendido muito nesse processo e refletido sobre pontos a desenvolver, aqueles pontos sobre os quais não havia dado a atenção necessária até aqui.

Na última coluna publicada neste espaço, já havia comentado sobre essa prioridade para a liderança, porque é ela quem vai ajudar a formar talentos com competências diversas. E é ela quem vai criar uma cultura de confiança, requisito básico para o desenvolvimento saudável dos profissionais. O neuro-economista Paul Zak (https://www.pauljzak.com), que analisou conexões neurológicas entre liderança e desempenho da organização, já alertara que empresas com altos níveis de confiança criam um ambiente 74% menos estressante, 50% mais produtivo e 76% mais engajado.

Acredito que, principalmente nesse contexto de transformações que estamos vivendo, a liderança terá de dedicar mais tempo e energia para destravar bloqueios e quebrar os silos internos; a comunicação de conceitos e de metas claras precisará ocorrer com frequência e para todos; e, assim, aprender a formar times diversos que reflitam a sociedade e agreguem novas formas de resolver nossos inúmeros desafios. E, mais uma vez, dar atenção especial sobre a prática da confiança, proporcionando a segurança psicológica essencial para os times diversos.

Voltando aos trainees que acabam de entrar em muitas empresas, penso que temos uma oportunidade enorme de evoluir junto com eles para acelerarmos a formação de lideranças realmente preparadas para o futuro — mas um futuro que já está em curso.

*Crédito da foto no topo: Reprodução

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