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Opinião

Sucesso no mundo pós-cookies exige conquistar confiança

Não importa o tamanho da empresa ou a finalidade da utilização dos dados, diversas estratégias ofensivas e defensivas podem ser criadas para proteger os dados do seu negócio


26 de março de 2021 - 6h00

O mercado de marketing digital, ano após ano, passa por atualizações que não somente atualizam o mercado, mas também trazem novas formas de regulamentar o setor. Nos últimos meses, além das atualizações da LGPD, muito se tem comentado sobre a eliminação dos cookies de terceiros em 2022 pelo Google, o que pode alterar drasticamente, mais uma vez, o mercado digital. Atualmente, esses cookies carregam diversas informações dos usuários, criando rastros digitais que, por muitas vezes, são utilizados pelas marcas para monitorar seus usuários, melhorar sua experiência e direcionar anúncios para o público certo criando uma assertividade maior nas suas comunicações digitais.

(Créditos: Pixabay/Pexels)

Devido à complexidade de ser produzir um conteúdo de qualidade e que, por muitas vezes está disponível de forma gratuita a todos os usuários, as informações provenientes do comportamento desses usuários nesses conteúdos são importantes para garantir a publicidade direcionada, sendo ela ainda uma das formas mais fáceis de reduzir o custo de acesso à internet.

Mas onde mora o perigo nesse relacionamento?

O alto interesse de diversas empresas em desenvolver sua infraestrutura de dados para maximizar o uso de dados primários, a fim de criar relacionamento mais sólido com seus usuários, unido à falta de preparo dessas companhias, pode abrir portas para a desconfiança e para o vazamento de informações pessoais.

Nas últimas semanas, milhões de brasileiros tiveram seus dados vazados, expostos e por muitas vezes vendidos em sites de internet devido à fragilidade de segurança em seus controladores de dados, trazendo novamente a atenção de todos sobre a preocupação de como suas informações pessoais estão sendo armazenadas.

Ainda antes da implementação da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) um estudo realizado pelo Brazil IT Snapshot, argumentava que apenas 17% das instituições consultadas dentro do estudo estariam com iniciativas preparadas ou implementadas para o início da lei. O mesmo estudo complementava que 71% das empresas analisadas eram de grande porte com faturamento anual superior a R$ 1 bilhão.

Somado a isso, uma recente publicação do Google apontou um análise em que 72% das pessoas nos Estados Unidos acreditam que praticamente tudo o que fazem na internet é monitorado por anunciantes e empresas de tecnologia. Além disso, a publicação comenta que 81% dizem que os riscos causados pela coleta de dados superam os benefícios. Outro estudo feito pela Dell Technologies aponta que a quantidade de dados sendo produzida é significativamente maior do que a quantidade de dados sendo protegidos. Em relação aos brasileiros, vale a pena ressaltar que o último estudo sobre o Indicador de Confiança Digital realizado em 2019 mostra que a tecnologia perdeu cerca de 3,2% de sua credibilidade em segurança em comparação com 2019. Em um país com baixa escolaridade, se a publicidade digital não evoluir para atender às crescentes preocupações das pessoas com sua privacidade e havendo um impacto no gasto de publicidade digital, a internet pode se tornar mais restrita, fragmentada e cara para adquirir conhecimento, logo, o impacto de falta de cookies, pode colocar em risco a maneira como consumimos conteúdo na internet de forma gratuita e livre.

E o que as empresas podem fazer para criar um ecossistema mais seguro?

Não importa o tamanho da empresa ou a finalidade da utilização dos dados, diversas estratégias ofensivas e defensivas podem ser criadas para proteger os dados do seu negócio e garantir a confiança dos seus usuários em relação ao compartilhamento das informações.

1) Controladores de Dados e Responsabilidade sobre o uso – A partir do momento que você coleta dados, você se torna responsável pelos mesmos e precisa cumprir todos os regulamentos da lei, sendo ela GDPR, LGPD, CCPA ou qualquer outra. Para ajudar nessa tarefa, os controladores de dados também são responsáveis por seu processamento e devem demonstrar sua conformidade junto à lei.

2) Tecnologia tem preço – O barato pode sair caro, por isso sempre tenha proteção máxima ao seu negócio e mantenha todo o seu sistema sempre atualizado.

3) Notificações de violação de dados – Você sempre precisa estar preparado para o pior cenário e a forma como responde a esse cenário pode ser a diferença de uma pequena ou grande violação.

4) Educar funcionários em todos os níveis – Todos as pessoas que fazem parte do quadro de funcionários precisam estar cientes da política de segurança da empresa. É importante ressaltar aqui uma atenção especial para funcionários que trabalham remotamente ou que utilizam seus aparelhos pessoais para a função do trabalho.

5) Aprenda a destruir seus dados – A destruição de dados é muitas vezes referida como um procedimento de segurança razoável, ou seja, você só deve armazenar aquilo que efetivamente está utilizando.

6) Seja transparente – As marcas só podem ganhar a confiança do usuário se ele sentir que você está sendo transparente sobre o uso de suas informações e se estas são utilizadas com bom senso. É importante ressaltar que quanto maior for confiança entre a marca e o usuário, maior a propensão do compartilhamento dos dados.

Embora não se possa eliminar a inteira possibilidade de violações de dados ou fraude, com atenção às práticas de segurança corretas, pode-se reduzir a probabilidade e minimizar os danos, caso ocorram. Por fim, com o aumento da consciência da privacidade do usuário, somente terão sucesso no mundo pós-cookie as empresas que ganharem a confiança de seus usuários, fornecendo total transparência e controle sobre quais informações pessoais estão sendo coletadas, como são usadas e com quem são compartilhadas.

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