Conexões ao redor de xícaras

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Opinião

Conexões ao redor de xícaras

Trabalhar em diferentes países traz visões culturais diversas sobre um mesmo produto e sua relação com os consumidores


13 de maio de 2022 - 10h00

Já reparou que cada pessoa gosta de tomar seu cafezinho de um jeito? Se é assim em um mesmo país, imagina em diferentes fronteiras? Essa variedade presente no mundo do café é também um reflexo da cultura de cada local e o que me deixa realizada não é só vivenciar toda essa diversidade, mas também fazer parte disso através do meu trabalho, enquanto executiva de uma das maiores empresas de café do mundo, que serve um café para cada xícara.

 

Saborear um cafezinho pode representar um momento de descoberta e as marcas de café são o elo que dá mais sabor a esses momentos (Crédito: Shutterstock)

Nos últimos cinco anos da minha vida profissional, pude compreender como o café é apreciado em diferentes regiões, da Espanha até a Holanda e muitos outros países europeus e, agora, no Brasil. Existem infinitas receitas de café, tanto quanto métodos de preparo e costumes para beber e compartilhar. E o que mais me encanta: saber que, independentemente das peculiaridades culturais ou do modo como cada um bebe seu café, a conexão incrível que acontece ao redor de uma xícara de café é unanimidade.

Não é só na nossa cultura que o café tem um papel muito social e emocional. Serve para aproximar e quebrar o gelo. Quando visitamos alguém, vamos a reuniões de negócios, na consulta ao médico, nos encontros com amigos, ele está sempre lá, conectado às nossas emoções. Gosto de destacar um costume da cultura do café na Holanda. Lá eles têm o burendag, ou “dia dos vizinhos”, celebrado no quarto sábado de setembro. Nessa ocasião, todos os vizinhos colocam suas cadeiras na rua e levam café e petiscos para conversar, estreitar laços.

Na França, a hora do café é um evento social e intelectual que se presta a confraternizações e troca de opiniões. Na Áustria, devido à sua requintada tradição de pastelaria, o momento do café é uma experiência para os sentidos. E nos países mediterrâneos, da Turquia à Espanha, o café é um ato absolutamente social que reúne familiares e amigos.

Trabalhar em diferentes países é, sem dúvida, uma das mais enriquecedoras formas de conhecer e imergir nessa grande oferta de experiências e tradições que se mantêm e favorecem as conexões.

Em contrapartida, é inquestionável que o mundo mudou, principalmente na maneira de socializar e de consumir café nos últimos dois anos, influenciando e transformando a nossa relação com as marcas. Nesse sentido, inovação se tornou fundamental, as marcas tiveram que acelerar com a digitalização, oferecendo não somente a possibilidade de compra, mas a união com um consumo mais diversos e sofisticado, com muitos lares criando seu canto “cafeteria” na casa.

O café é uma categoria muito tradicional que, no entanto, evoluiu muito nos últimos anos. O desafio das grandes marcas tradicionais tem sido não só atualizar, adaptar e inovar, mas muitas vezes promover e liderar a tendência de consumo de café de qualidade, mantendo-se fiel e consistente com os valores da marca e adaptando-os a uma diversificação cada vez maior de canais de comunicação e públicos que exigem conteúdo muito mais personalizado.

O universo do café é muito rico. Tipos de grãos, origens, torra, moagem, blend e métodos de preparo. Tudo isso possibilitando milhares de combinações. Apesar de ser parte da rotina, saborear o “seu” cafezinho pode representar um momento de descoberta, pode se tornar uma experiência que marca momentos, conversas e conecta histórias. E as marcas de café são o elo que dá mais sabor a esses momentos.

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