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Qual é o futuro dos filtros de realidade aumentada?

Experiências imersivas, com IA e óculos de AR, são apostas de marcas como Instagram e Avon


11 de julho de 2022 - 11h48

Não é nenhuma novidade que, com o uso cotidiano das redes sociais, os filtros são parte da rotina de, praticamente, todos os usuários na internet. A realidade aumentada (augmented reality, ou AR, na sigla em inglês) – tecnologia que permite interações entre o virtual e o físico – está presente desde uma simples modificação estética no rosto até uma simulação, antes da compra, de como um eletrodoméstico se encaixaria na decoração da casa.

Marcas usam filtros de realidade aumentada para promover experiências com consumidores (Crédito: Divulgação/More Than Real)

Diante das inúmeras possibilidades existentes no ambiente virtual, as marcas passaram a encarar a AR como ponto de contato com os consumidores. Durante os períodos mais críticos da pandemia, em que lojas foram fechadas e as compras online ganharam mais força, cresceu o número de ações em que, por meio de filtros, era possível, por exemplo, testar cores de batons e de colorações de cabelo.

Marcos Trinca, CEO da empresa More Than Real, especializada na área, explica que a construção de um filtro é trabalho de muitas mãos, o que inclui gerente de projeto, diretor de arte, UX designer, ilustradores, animadores e programadores. Inicialmente, após conversa com o cliente, existe a parte criativa, com pesquisas e direcionamentos, sobre a melhor maneira de uso da tecnologia. Como resultado, há a elaboração de uma espécie de storyboard com os direcionamentos para o estágio prático. “Todos os instantes da experiência precisam estar demarcados no storyboard para os ilustradores 2D e 3D, que desenham as peças. Em seguida, há o processo de desenvolvimento dos filtros dentro das ferramentas das redes sociais, em softwares que permitem a construção dessa jornada. Depois da programação, o conteúdo é exportado e sobe nas plataformas”, complementa.

Felipe Coimbra, CEO da Nexus, empresa do ramo, defende que a crise pandêmica foi aceleradora nos avanços digitais. A tecnologia proporcionou formas inovadoras de comunicação entre as marcas e os consumidores, em um processo que ele chamou de “gamificação das experiências”, com maior grau de engajamento. “As marcas já olhavam para esse tipo de tecnologia, mas, com a pandemia, o processo de inovação foi acelerado. O que aconteceria, por exemplo, nos próximos anos, foi desenvolvido em poucos meses. Falando de marketing, a experiência de consumo é tudo e o consumidor passou a esperar soluções que facilitassem o dia a dia”, afirma.

A diretora de comunicação da Avon Brasil, Viviane Pepe, diz que, para a categoria de beleza, o uso de AR nas ações causa uma sensação de “experimentação inovadora”, ao divertir os consumidores, gerar conversas e conexões. A marca começou a usar filtros de realidade aumentada em 2020, no auge da pandemia, com filtro de Instagram para testar cores de batom. Depois, durante a edição 2021 do Big Brother Brasil, houve o lançamento de jogo por meio de filtro. Já neste ano, mais uma vez, a empresa lançou filtro com as cores de outra coleção de batons. “Quando pensamos em maquiagem e AR, a primeira coisa que surge na cabeça é a chance de ver como um batom ou produtos com cor ficam na pessoa, encorajando a compra – o que é super significativo para uma empresa que não tem lojas –, mas a realidade é que as possibilidades são infinitas com criatividade e uma história bem contada”, acrescenta.

Tecnologia já é usada para testar modelos de carros (Crédito: Divulgação/More Than Real)

Futuro tecnológico
Para o futuro, Coimbra acredita na conexão entre AR com sistemas de inteligência artificial (IA), que devem garantir experiências mais fluídas e personalizadas, sobretudo quando se pensa no varejo. “Começamos a ver essa conexão em games. Pokémon Go, por exemplo, fez grande sucesso e conectou pessoas com essa tecnologia de uma forma ampla. Hoje, as marcas têm investido em avatares e outros elementos que vão promover experiências imersivas. De certa forma, as tecnologias vão ser conectar”, ressalta.

Já o CEO da More Than Real aposta que o lançamento dos óculos de AR, anunciada pela Apple, vão, no longo prazo, transformar a relação de usuários e o digital, assim como fizeram os smartphones. Os passos naturais da tecnologia apontam, de fato, para vivências mais imersivas. “A AR terá papel crucial na questão do metaverso, porque levará as pessoas para o novo paradigma. Os óculos de AR vão permitir que possam viver com a informação virtual na frente delas. A longo prazo, a AR será a nova interface das pessoas. Claro que é uma jornada, vai demorar para que os óculos sejam acessíveis para todas as classes”, salienta.

Priscila Zuini, gerente de comunicação do Instagram para a América Latina, afirma que a AR é uma característica importante para todas as plataformas da Meta e que há um trabalho constante para ampliar a criatividade atrelada a esses espaços. “O metaverso será construído na próxima década, mas já vemos algumas partes importantes no nosso dia a dia, com a realidade aumentada que está acessível através dos filtros. Em todo o mundo, mais de 700 milhões de pessoas usam efeitos de AR todos os meses nos aplicativos da Meta. Os filtros adicionam uma camada dinâmica e divertida ao conteúdo da plataforma”, finaliza.

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