Cade aprova a venda da Schincariol
Compra da cerveja brasileira pelos japoneses da Kirin foi aprovada com unanimidade pelo órgão antitruste
Compra da cerveja brasileira pelos japoneses da Kirin foi aprovada com unanimidade pelo órgão antitruste
Janaina Langsdorff
9 de fevereiro de 2012 - 8h40
A aquisição das cervejas Schincariol pelos japoneses da Kirin está aprovada pelo Cade. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica, juntamente com e as secretarias de Direito e de Acompanhamento Econômico (SDE e Seae) dos Ministérios da Justiça e da Fazenda, divulgaram nessa quarta-feira, 8, parecer unânime favorável ao negócio anunciado em 2011.
No último mês de dezembro, o Cade já tinha aprovado a compra da Aleadri, holding que tinha participação majoritária na Schin, no valor de US$ 2,6 bilhões. Faltava liberar a venda da participação dos minoritários, representados pela Jadangil, pelo qual a Kirin pagou US$ 1,3 bilhão. Foi justamente essa a etapa concluída ontem. A decisão foi baseada na constatação de que a compra fortalece a atuação da Schin frente à liderança da rival AmBev.
Comando no Brasil
No dia 19 de janeiro, a Schincariol apresentou o novo CEO da empresa, Gino Di Domenico, que desde 2008 ocupava o cargo de diretor de operações da companhia. Ex-prata da casa da Unilever, Domenico substitui Adriano Schincariol na operação, que a partir de agora crescerá sob a batuta do Grupo Kirin.
Mercado
As marcas Brahma e Skol garantem à AmBev o primeiro lugar no ranking brasileiro de cervejas, com uma participação de 70%. Shincariol e Petrópolis, dona da Itaipava, acirram a disputa pela segunda posição, cada uma com share estimado em 10% (Nielsen). Segundo o Sindicerv (Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja), a cerveja nacional cresce 7% ao ano, o que equivale a uma movimentação de R$ 30 bilhões, o terceiro maior mercado do mundo.
A Kaiser, que já chegou ao topo do mercado nas décadas de 80 e 90, anunciou no fim do ano passado um reposicionamento para melhorar a sua performance no Brasil, que despencou após uma intensa troca de comando nos últimos anos. Nuno Teles, vice-presidente de marketing da Heineken, atual detentora da marca, estima que a Kaiser já supere as vendas do mercado cervejeiro português.
Estudos da consultoria Ernst & Young publicados no site da Associação Portuguesa dos Produtores de Cerveja (APCV), mostram que a categoria movimenta € 1 bilhão ao ano naquele País, o que dá a dimensão do desempenho da Kaiser, hoje a principal marca em volume da Heineken globalmente.
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