Oportunidades dos clubes de assinaturas
Modalidade encontra potencial no Brasil, mas esbarra em aspectos culturais
12 de janeiro de 2017 - 9h04
Como funciona um Clube de Assinaturas?

(Foto: reprodução)
“Esse é um mercado que exige uma mudança de cultura”, explica Pedro Guasti, CEO da e-Bit. Uma vez que entre os ramos mais procurados, segundo estudo da Conecta, são livros, produtos de beleza e higiene, games, vinhos, comida e cerveja, o público-alvo de clubes concentra-se em pessoas que consomem de forma recorrente e que possuem receita para agregar pagamentos periódicos. “Isso assusta o brasileiro, porque ele está acostumado a pagar, mensalmente, serviços como conta de celular e TV a cabo”, adiciona o executivo.
As assinaturas começaram no Brasil e no mundo, basicamente, com a migração da venda de jornais e revistas para o universo da internet. “Com o tempo, isso acabou estimulando o empreendedorismo e os empresários viram a possibilidade nesse modelo, principalmente quando se tratava de um consumo não durável”, explica Guasti.
Apesar de não possuir nenhum número de demandas e problemas a respeito, Fátima Lemos, assessora técnica do Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), responsável por mediar os conflitos entre consumidores e empresas, alerta sobre aquisições desnecessárias. “O consumidor não deve comprar algo que nem estava pensando em comprar. Ele tem que ter essa cautela, ver o que se fala sobre o produto nas mídias e, se está confiando um pouco mais na marca ou empresa, não comprar aquilo que é desnecessário”, ressalta Fátima.
Porém, grandes empresas como a Gillette, com seu clube de compras de lâminas de barbear, e o Grupo Abril, com o portal GoBox, responsável por reunir 14 parceiros, encontraram oportunidade no mercado varejista, mesmo num cenário em que 18% dos entrevistados pela Conecta Express nem sequer sabem o que é um clube de assinaturas,
“O maior desafio é explicar para o leitor, fazer o consumidor entender o que é um clube de assinatura de vinhos, cervejas e meias, por exemplo, e fazer uma logística perfeita e correta de todos os produtos”, diz Dimas Mietto, diretor geral da GoBox. O executivo projeta faturamento de R$ 100 milhões em um prazo de três anos, desde que foi criado o portal em setembro de 2016. “Dentro da Editora Abril, nós temos todos os recursos necessários para fazer um clube ser um sucesso: experiência de 50 anos, banco de dados, área de distribuição, a mídia de todas as revistas e conhecimento de marketing”, acrescenta Dimas.