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Comissão rejeita inclusão de Wegovy no SUS

Comissão aponta o preço elevado como um impeditivo para a incorporação no Sistema Único de Saúde

i 21 de agosto de 2025 - 18h04

Em uma reunião extraordinária realizada nesta quarta-feira, 20, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) rejeitou ao pedido da farmacêutica Novo Nordisk de inclusão da liraglutida e semaglutida como tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade no Sistema Único de Saúde.

Conitec rejeita inclusão de Wegovy no SUS

Em maio, um parecer da Conitec já havia sido contrário à incorporação (Crédito: kk-stock-shutterstock)

A semaglutida é o princípio ativo das canetas Ozempic e Wegovy, enquanto a liraglutida é encontrada no Saxenda e Victoza. Os medicamentos ficaram conhecidos, popularmente, como canetas emagrecedoras. No início do mês, a EMS deu início às vendas da primeira caneta de liraglutida nacional.

A solicitação de inclusão era especificamente para a semaglutida, na composição comercializada como Wegovy, que seria indicada para pacientes a partir de 45 anos com obesidade e histórico de doença cardiovascular, sem diabetes. A rejeição tem como principal argumento o alto custo das canetas emagrecedoras frente a outros tratamentos já disponíveis.

O medicamento foi submetido para avaliação da Conitec em dezembro de 2024. Já a liraglutida foi submetida em 2023. Em maio, um parecer já havia sido contrário à incorporação. O estudo estimou um impacto de até R$ 7 bilhões. Após o parecer, em junho, foi aberta uma consulta pública à sociedade e profissionais da área sobre o tema.

Em comunicado à imprensa, a Novo Nordisk destacou a ampla participação social e o apoio com mais de 1.300 manifestações positivas, durante a consulta pública. A farmacêutica também afirmou que o custo do tratamento está dentro dos limites estabelecidos pela própria comissão.

A companhia também afirmou compreender que “o histórico subfinanciamento do SUS, somado ao contexto de desequilíbrio fiscal, restrições orçamentárias e obsolescência dos mecanismos de incorporação vigentes atualmente, impõem desafios para oferta de tecnologias inovadoras de saúde à população em nível nacional”.

De acordo com a Novo Nordisk, mesmo sem a incorporação nacional, o Saxenda já está disponível em programas estaduais no Distrito Federal, Goiás e Rio de Janeiro. Em São Paulo, o medicamento é disponibilizado com recursos próprios por algumas instituições. Esses e outros estados municípios estariam em fase de avaliação para incorporação do Wegovy.

No comunicado, a Novo Nordisk reforça que, embora o parecer não tenha recomendando a incorporação do medicamento pelo SUS, o processo de consulta pública contou com ampla participação social em apoio à incorporação, mas reconhece os desafios para a entrada do medicamento no Sistema Único de Saúde.

“A Novo Nordisk compreende que o histórico subfinanciamento do SUS, somado ao contexto de desequilíbrio fiscal, restrições orçamentárias e obsolescência dos mecanismos de incorporação vigentes atualmente, impõem desafios para oferta de tecnologias inovadoras de saúde à população em nível nacional, mesmo quando estas são evidentemente custo-efetivas”,diz a empresa.

A farmacêutica afirma que “segue empenhada em colaborar com as autoridades e com a sociedade para ampliar o acesso da população a tratamentos inovadores para o enfrentamento de doenças crônicas graves” e reforça que, mesmo com o Conitec não tendo aceitado a incorporação da liraglutida (Saxenda) pelo SUS, em 2023, o medicamento está disponível em programas estaduais do Distrito Federal, Goiás e Rio de Janeiro. E que, em São Paulo, o mediamento é disponibilizado com recursos próprios por instituições como o Hospital das Clínicas e o Instituto da Criança e do Adolescente.

“A Novo Nordisk entende que ampliar o acesso às suas tecnologias inovadoras é um dos pilares fundamentais para mudar o cenário da obesidade no país. Diante desse histórico e propósito, a empresa seguirá dialogando com o Ministério da Saúde, estados, municípios e demais potenciais parceiros, construindo soluções alternativas, tecnicamente viáveis e sustentáveis, para atender as necessidades de saúde da população brasileira”, finaliza a empresa.