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TikTok poderá deixar os EUA caso China não venda o app

A chinesa ByteDance tem até setembro para encontrar um comprador norte-americano para o TikTok

i 25 de julho de 2025 - 10h42

Em mais um capítulo do embate com os Estados Unidos, o TikTok, da ByteDance, poderá ter que deixar operação no país caso China não aprove acordo de venda da plataforma. É o que afirmou Howard Lutnick, secretário de comércio dos EUA, em entrevista à CNBC.

tiktok eua

(Crédito: Miss.cabul/Shutterstock)

Em junho, o presidente Donald Trump deu mais 90 dias para que a rede social adeque sua situação no país. Agora, a ByteDance tem até 17 de setembro para comercializar a maior parte dos ativos do TikTok a uma empresa de fora da China. Esse foi o terceiro adiamento da proibição no território norte-americano.

Lutnick também declarou que os EUA devem controlar o algoritmo por trás da plataforma, que deverá sair do ar “muito em breve” caso o acordo não seja concretizado. O aplicativo é utilizado por mais de 170 milhões de usuários no país.

O embate entre o TikTok e o governo norte-americano teve origem ainda durante o mandato de Joe Biden. Em abril de 2024, o então presidente dos EUA sancionou um projeto de lei que dava à ByteDance 270 dias para encontrar um comprador. Ao final do prazo, em janeiro deste ano, a plataforma chegou a sair do ar por 12 horas, mas logo a conexão foi restabelecida devido a “esforços do presidente Trump”, dizia comunicado exibido usuários.

À época, Trump concedeu mais 75 dias para que o TikTok encontrasse um comprador — prazo que se repetiu em abril e acabaria em junho.

O governo negociava um acordo com a China para desmembrar operações norte-americanas do TikTok para transformá-las em uma nova empresa baseada no país, mas foi interrompido após desistência das autoridades chinesas em meio à tarifação imposta ao parceiro comercial.

Ainda esta semana, a Casa Branca detalhou o chamado “AI Action Plan”, documento com diretrizes para que os EUA vença a corrida pela inteligência artificial, tendo a China como um dos principais concorrentes no que diz respeito ao avanço da tecnologia e influência global.

TikTok no Brasil

Na ponta sul do continente, o TikTok investe em negócios. A empresa aportará R$ 50 bilhões no Brasil para a construção de um datacenter no Ceará. Em entrevista à Folha de S. Paulo, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que o governo vem criando condições para que o estado assuma o protagonismo na recepção da infraestrutura no Brasil.

Além disso, Silveira pontou que o governo brasileiro espera que o aporte do TikTok no País atraia investimentos de outras empresas de tecnologia. Os datacenters são essenciais para a operação da inteligência artificial.

O Rio de Janeiro também tem planos para se tornar uma potência neste sentido, destacando-se na América Latina. Em maio, o prefeito Eduardo Paes anunciou o Rio AI City, projeto que prevê a construção de um campus de IA por meio de datacenters.

Em um primeiro momento, a iniciativa prevê capacidade de 1,8 gigawatts até 2027. Posteriormente, o intuito é crescer para 3 gigawatts nos cinco anos seguintes. A prefeitura mira também na sustentabilidade, uma vez que a ideia é que o campus seja abastecido por energia limpa e tenha fornecimento limitado de água.