H&M prega a libertação da moda em chegada ao Brasil
Jörgen Andersson, diretor criativo global da varejista, afirma que de muitas maneiras a cultura eclética brasileira se conecta à marca sueca que, depois de São Paulo, vai para o Rio de Janeiro

Jörgen Andersson, diretor criativo global da H&M (Crédito: Arthur Nobre)
Neste sábado, 23, a Hennes & Mauritz – ou H&M – inaugura oficialmente sua primeira loja no País, a do Iguatemi São Paulo, focada no público feminino. Depois dela, estão confirmadas unidades no shopping Anália Franco, com masculino feminino e infantil; Morumbi Shopping e Parque Dom Pedro, em Campinas (interior paulista).
Entrevistado da edição da próxima semana do Meio & Mensagem, Jörgen Andersson, diretor criativo global da varejista, define a marca como veículo de autoexpressão das pessoas dentro da moda (assim como funcionam, muitas vezes, a música e a arte em geral), conseguindo isso ao oferecer roupas com bom caimento e preço que possa ser acessível para muita gente e, acima de tudo, defendendo a crença da “libertação da moda”.
Segundo ele, “moda é muito mais pessoal do que a indústria às vezes permite que seja”, principalmente, quando se vai para o segmento de luxo, que costuma olhar os clientes de cima para baixo e dizer o que é moda, tendência etc.
Próxima parada
Entusiasta da cultura e da energia brasileiras, Andersson deixou isso claro na primeira campanha da marca, Ritmos do Brasil, que tem entre suas estrelas Gilberto Gil, Anitta e Agnes Nunes.
Cauteloso ao comentar planos de expansão, ele comenta que o próximo destino será o Rio de Janeiro, mas não dá detalhes. Ao ser questionado sobre os preparativos para trazer a marca ao País, conta que vem estudando o mercado local há anos e que primeiro é preciso conquistar São Paulo, estabelecer aqui um relacionamento. “E depois o Rio virá, e para mim é quase como entrar em outro país, devido ao tamanho do mercado. Então, temos que fazer o mesmo tipo de preparação e também sabemos que talvez o que as pessoas precisem ou a percepção da moda e do produto será um pouco diferente. Por isso, temos nos concentrado muito nisso. Como dizem, você nunca tem uma segunda chance para causar uma primeira impressão”, argumenta Andersson.
Os esforços para causar uma boa primeira impressão estão a toda: na noite da quarta-feira, 20, a H&M realizou uma festa para três mil pessoas no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, com apresentações de seus protagonistas e presença de personalidades locais e internacionais, como a modelo Naomi Campbell. E tem feito ativações chamativas pela cidade, como painéis de LED ao longo de todo o túnel que faz a integração entre as estações de metrô Consolação e Paulista.
“Já comunicamos quatro lojas e, para nós, esse é o primeiro passo. Mas é claro que o mercado é gigantesco. Então, como gostamos de liberdade para todos, é claro que vamos procurar mais oportunidades”, acrescenta o criativo.
Ele também conta que pela primeira vez em suas inaugurações globais a H&M lançará simultaneamente a operação física e o e-commerce, para conferir ao público local uma experiência holística (em geral, as vendas online vinham depois do estabelecimento das lojas físicas).
Até então presente em 79 mercados, com quatro mil lojas físicas, no primeiro semestre, a H&M registrou vendas líquidas de 122 bilhões de coroas suecas, o que, com a cotação atual do dólar, equivaleria a cerca de US$ 11,7 bilhões.