Com lojas fechadas, vendedores migram para o digital
Para driblar os efeitos da quarentena, Via Varejo, Magalu, Grupo Boticário e Ikesaki criam estratégias para mobilizar colaboradores e suprir suas comissões
Com lojas fechadas, vendedores migram para o digital
BuscarCom lojas fechadas, vendedores migram para o digital
BuscarPara driblar os efeitos da quarentena, Via Varejo, Magalu, Grupo Boticário e Ikesaki criam estratégias para mobilizar colaboradores e suprir suas comissões
Taís Farias
15 de abril de 2020 - 6h00
Desde o final de março, quando os governos começaram a decretar o fechamento do comércio não essencial, as empresas têm vivido uma corrida para adaptar seus processos logísticos e centralizar suas operações no ambiente digital. Com essas mudanças, nasceram também estratégias para mobilizar a força de trabalho e garantir as comissões de vendedores que tiveram suas funções alteradas com as lojas fechadas.
E-commerce cresce em meio à pandemia
Para a Quem Disse Berenice?, marca de maquiagem do Grupo Boticário, a solução veio em forma de cupons. Com suas unidades físicas fechadas, a empresa está disponibilizando vouchers que dão 10% de desconto em todos os produtos da marca e frete grátis. Cada cupom tem um código referente a uma das 230 lojas da marca no País, que são listadas no site. As consumidoras podem escolher o voucher de sua loja preferida ou a unidade mais próxima de sua casa na hora de consumir no e-commerce. Uma parcela do valor da compra é revertida diretamente para a comissão das vendedoras da unidade escolhida.
Vendedores e influenciadores
Também no segmento da beleza, a Ikesaki resolveu levar o potencial de engajamento de seus vendedores para dentro da estrutura de venda online. A empresa criou uma área personalizada para cada um de seus colaboradores no e-commerce da empresa. Trabalhando com o mercado B2B, a companhia também convidou marcas da indústria da beleza a migrarem seus promotores de vendas para o ambiente digital. Nas chamadas “lojinhas”, os clientes encontram as indicações de seus vendedores favoritos e podem efetuar suas compras.
Em 14 dias de operação, a Ikesaki já conta com quase três mil vendedoras e promotoras dentro do seu e-commerce. O sistema foi responsável por 20% das vendas no período. Para fazer com que a estratégia aconteça, semanalmente, a empresa oferece aulas de marketing digital e de influência para suas colaboradoras. Elas aprendem como ativar suas redes sociais, fazer lives e promover engajamento para suas vendas.
Edilaine Godoi, head of digital da empresa, acredita que o momento deve trazer ainda mais força para as vendas online. “Nós teremos uma população digital. As pessoas, que antes não faziam compras no e-commerce, vão acessar esse meio e tendem a permanecer nele”, afirma a executiva.
A varejista Magazine Luiza está usando um sistema parecido para apoiar pequenos negócios. A empresa criou o Parceiro Magalu. O projeto permite que microempreendedores individuais cadastrem seus estoques no site e aplicativo da companhia e se conectem aos clientes da marca. A Magalu vai cobrar uma taxa de 3,99% por venda até o dia 31 de julho.
Oferta por mensagem
Já a Via Varejo está apostando na rede social de mensagens Whatsapp. A companhia desenvolveu a plataforma interna “Vendedor Online” para que os colaboradores de Casas Bahia e Ponto Frio possam continuar atuando de suas casas. Os vendedores recebem uma lista de clientes, sugestões de produtos e argumentos de vendas. A abordagem é feita pelo telefone ou pela rede social, com o ClickToWhatsApp. A compra é concluída pelo consumidor no site das marcas e as vendas comissionadas para o vendedor.
Ilca Sierra, diretora de marketing e comunicação da Via Varejo, explica que a ação é não só uma solução para os vendedores, como também uma possibilidade de melhorar a experiência do consumidor no e-commerce. “Os clientes ficam muito mais confortáveis ao serem atendidos por um vendedor que já conhecem da loja onde estão habituados a fazerem suas compras. Essa proximidade para esclarecimento de dúvidas sobre os produtos e possibilidade de entendimento das reais necessidades do consumidor traz confiança para fazer a melhor escolha”, conta.
A iniciativa está sendo complementada por campanhas que estimulam as compras no ambiente digital. Pontofrio lançou “#temNoPonto”, com ofertas no e-commerce para produtos como TVs, celulares, notebooks, refrigeradores e freezers. Já a Casas Bahia colocou no ar a campanha “Precisou, tá aqui” com ofertas que incluem itens de higiene pessoal, material para home office e brinquedos. Ambas as marcas estão dando frete grátis para clientes das regiões Sudeste, Sul, Nordeste e Centro-Oeste na compra de produtos em seus sites e apps.
*Crédito da foto no topo: Qualcomm Snapdragon/Pexels
Compartilhe
Veja também
Prefeitura de São Paulo interrompe projeto do “Largo da Batata Ruffles”
Administração Municipal avaliou que a Comissão de Proteção à Paisagem Urbana precisa dar um parecer sobre o projeto; PepsiCo, dona da marca, diz que parceria é de cooperação e doação e não um acordo de naming rights
Natal e panetones: como as marcas buscam diferenciação?
Em meio a um mercado amplo, marcas como Cacau Show, Bauducco e Dengo investem no equilíbrio entre tradição e inovação, criação de novos momentos de consumo, conexão com novas gerações, entre outros