Como o feminismo vem ganhando espaço no marketing do Corinthians
Ação para atrair patrocinadores à equipe feminina e mensagens de combate ao machismo entraram para as estratégias do clube
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Bárbara Sacchitiello
25 de abril de 2018 - 11h48
Nesta quarta-feira, 25, as atletas do time feminino do Corinthians irão jogar, pela primeira vez, na Arena que leva o nome do clube. Não será a primeira vez, no entanto, que os gramados do estádio serão ocupados por atletas mulheres – uma vez que, na Olimpíada de 2016, alguns jogos de futebol, das equipes feminina e masculina, tiveram a Arena Corinthians como palco.
A estreia da equipe feminina corintiana na Arena, entretanto, é considerada como um marco pelo marketing do clube, que escolheu o mote do feminismo para trabalhar ao longo de todo o ano de 2018. “Faz parte da história do Corinthians se envolver em campanhas de teor social, que levem uma mensagem importante as pessoas. Com toda essa discussão a respeito do respeito às mulheres e do combate ao machismo, não tínhamos como ficar de fora e não usar nossa estrutura e visibilidade para essa causa”, comenta Tiago Oliveira, gerente de comunicação do clube.
Desde o início do ano, o time paulista convidou o coletivo feminista “Não é Não” para ajudar a diretoria e o departamento de marketing a compreender como o clube poderia ajudar a conscientizar a torcida a respeito do machismo e a ajudar a criar um ambiente mais saudável e sem preconceitos. “Estamos muito sensíveis a esse tema porque sabemos que boa parte de nossa torcida é formada por mulheres, que precisam ter um ambiente saudável em nosso estádio e se sentirem confortáveis em fazer parte do universo do Corinthians”, comenta Oliveira.
Além da importância social, abrir espaço para a discussão feminina no futebol é algo que passou a ser fundamental no clube por conta da nova resolução da Conmebol, que exige que todas as equipes que participem de torneios continentais (como Libertadores da América e Sul-Americana) tenham, também, uma equipe própria de futebol feminino. Embora começa a valer a partir das competições de 2019, o Corinthians já começou a estruturar a equipe no início de janeiro. Antes, o time feminino do clube era formado em parceria com o Grêmio-Audax.
Após a formação da equipe, o Corinthians começa a segunda etapa do processo, que é a tentativa de captar patrocinadores para um filão esportivo que sempre ficou à margem dos grandes investimentos. Para isso, o departamento de marketing do clube preparou uma ação que aproveita o mote de combate ao machismo para tentar atrair negócios.
Nessa quarta-feira, as jogadoras entrarão em campo para a partida conta o São Francisco, da Bahia, com frases machistas estampadas nas camisetas. “Futebol feminino é horrível”, “Lugar de mulher é na cozinha e não no campo” e outras frases ofensivas – que foram direcionadas às próprias jogadoras pelas redes sociais – estarão nas camisas, acompanhadas da hashtag #CaleOPreconceito. A ideia do clube é convidar os patrocinadores a, literalmente, cobrirem o machismo com suas marcas e incentivaram o esporte feminino. A ação foi idealizada pela agência Y&R. Veja o vídeo:
“O que impede o futebol feminino de ter mais visibilidade e atenção da mídia e, consequentemente, mais apoio de patrocinadores ainda é, muitas vezes, o preconceito. Por isso, a diretoria vem se dedicando a um esforço para promover cada vez mais essa mensagem”, comenta o gerente de comunicação do clube.
Uma delas é a campanha #RespeitaAsMina, lançada na semana de celebração do Dia Internacional da Mulher, em março, que envolveu ações com influenciadoras nas redes sociais e a confecção de camisetas femininas para as torcedoras. O time masculino também entrou em campo com camisas estampando a frase. De acordo com o gerente de marketing, ao logo de todo o ano a questão feminista continuará permeando as jogadas do time alvinegro. “Não entraremos na questão de maneira pontual. A proposta é se envolver de fato no tema e trabalha-lo continuamente”, promete.
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