Como o streaming revolucionou a música
Estudo Multishow Music Moods, feito pela Box 1824, mostra que o aumento do consumo musical provocou mudanças na lógica do mercado
Estudo Multishow Music Moods, feito pela Box 1824, mostra que o aumento do consumo musical provocou mudanças na lógica do mercado
Luiz Gustavo Pacete
7 de julho de 2017 - 9h22
Nunca houve um ambiente tão propicio para o crescimento do mercado de música. O surgimento do streaming, com sua alta capacidade de distribuir conteúdo, representou mudanças significativas, tanto para plataformas quanto para consumidores e artistas. A constatação é da terceira edição do Multishow Music Moods, estudo realizado pela Box 1824 para o Multishow.
Relatório anual da Pró-Música Brasil constatou que serviços como Spotify, Apple Music e YouTube tiveram receita 52% maior no Brasil em 2016 e já rendem o triplo de mídias físicas como CD e DVD. O Spotify, que lidera esse mercado, já vale US$ 13 bilhões.
“Em um contexto de tecnologia exponencial e alta conectividade, mais pessoas estão produzindo e disseminando conteúdo. É uma revolução no mundo musical liderada pelos serviços de streaming. Essa descentralização barateia o acesso e permite que novos artistas surjam e interajam com o público de forma mais dinâmica, rápida e sem intermediários”, diz Cristiane Stuart, gerente de marketing do Multishow.
O estudo considera um cenário em que, até 2020, 6 bilhões de pessoas estarão conectadas e 2/3 dessa população produzirão conteúdo. “Teremos conexões, interações e autonomia numa velocidade cada vez maior. Tudo está se transformando e se adaptando a essa nova realidade: a relação dos artistas com os fãs está cada vez mais próxima, o tempo entre o lançamento de uma música e seu sucesso (ou não), a reação da audiência e a própria receptividade do público para novas sonoridades”, diz Cristiane.
O principal impacto do streaming nessa indústria foi o custo. A descentralização barateou o acesso e estimulou a produção. “A música é infinita. Não existe ninguém no mundo que conheça cinquenta por cento da música produzida mundialmente. Com a indústria descentralizada, novos artistas surgem e interagem com o público de forma dinâmica, rápida e sem intermediário”, diz um dos trechos do estudo.
Ainda de acordo com o levantamento, com a expansão dos ambientes de troca, produção e consumo e a desmaterialização da música , houve uma revolução no universo da música que marcou a “era da abundância musical”. O principal impacto dessas mudanças no cotidiano do consumidor é o aumento da receptividade musical com um repertório mais diversificado. Do lado do mercado, a abundância representa fim do controle que colabora com a proatividade dos artistas.
“Nesta edição, um grande diferencial foi entender que o consumo pode também ser categorizado por ‘energy’ ou seja, estado de espírito e energia que se busca por meio da música. O cruzamento da categoria ‘energy’ com os ‘moods’ nos permitiu montar de forma mais precisa toda a programação musical do Multishow, a partir de demandas extremamente contemporâneas e que nos dão ainda mais bagagem para o desenvolvimento de projetos em parceria com as marcas”, diz Cristiane.
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