Daki quer ganhar espaço explorando marca própria
Ação foca em mercado pouco explorado entre apps de delivery no Brasil e marca projeto de expansão da empresa, que se tornou unicórnio há pouco mais de um ano
27 de abril de 2022 - 19h08A Daki, startup de supermercado digital lançada em 2021, anuncia o lançamento de sua marca própria com uma linha de produtos exclusivos disponíveis no app, como vinhos — produtos estreantes —, papel higiênico, gelo, refeições prontas e itens de padaria.

Um dos lançamentos é a marca de vinho INO, produzido em Mendoza, na Argentina, exclusivamente para a Daki e JOKR.
Embora a criação de marca própria seja um movimento comum nos supermercados e até no mercado farmacêutico, é novidade no universo dos aplicativos de delivery e posiciona a startup unicórnio como o primeiro dos apps brasileiros desse nicho, que tem marcas fortes como Rappi e iFood, a desenvolver a estratégia.
A meta da empresa é atingir ao menos 30 itens vendidos no app até o segundo semestre de 2022 e fazer com que os produtos representem 15% das vendas em um ano.
Criada sob o mote da agilidade com “entrega em 15 min”, a startup tem seu modelo de negócios verticalizado e baseado em centros de distribuição que atendem exclusivamente a compras online, as dark stores, com cerca de 100 desses estabelecimentos distribuídos pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Com identidade visual desenvolvida internamente, a estratégia de divulgação dos novos produtos se concentrará no próprio tráfego do app, para além dos canais tradicionais, como redes sociais. Os rollouts acontecem inicialmente com cautela, nos estados onde a empresa já atua.
Na última semana, foi inaugurado o centro de distribuição próprio da Daki, em Barueri, região metropolitana de São Paulo — investimento na casa dos R$3 milhões, com cerca de 100 funcionários e passo importante para a nova investida da empresa.
Com pouco mais de um ano de existência, a opção pelo lançamento da nova linha vem, segundo o CEO Rafael Vasto, do entendimento da base depois de um ano e pelo próprio relacionamento com a indústria. “Não estamos pivotando nosso negócio, mas perseguindo uma avenida que, com dados, tem muito potencial”, defende o CEO.

Rodrigo Maroja, Rafael Vasto e Alex Bretzner, cofundadores da Daki. (Crédito: Gabriel Reis/Daki)
A proposta da Daki é mudar o conceito de “segunda linha” atrelado às marcas próprias. Para itens “comparáveis” ao mercado, sem muita diferenciação, o preço é de 15% a 20% menor que o mercado, segundo Gabriela Seirafe, gerente de marca própria da Daki. “O timing pra marca própria é muito bom no Brasil”, diz.