Empresa chinesa vai ressuscitar a Palm
Tradicional marca de tecnologia está sendo comprada pela TCL, dona da Alcatel Onetouch
Tradicional marca de tecnologia está sendo comprada pela TCL, dona da Alcatel Onetouch
Meio & Mensagem
8 de janeiro de 2015 - 3h30
(*) Por Angela Doland, do Advertising Age
Exemplos da velha guarda da tecnologia, como podcasts e newsletters, têm ganhado espaço novamente. Mas seria muito imaginar que a Palm, marca que criou o PalmPilot, ainda tem uma sobrevida no mercado? Parece que sim. Pelo menos é o que acredita a chinesa TCL Communication, que está adquirindo a tradicional marca.
Fabricante de smartphones TCL e Alcatel Onetouch, a companhia chinesa considera a Palm uma pioneira das tecnologias móveis. “Agora é a hora de reviver e trazer de volta esse espírito”, afirmou a empresa em comunicado. O valor do negócio não foi revelado.
A TCL não revelou exatamente quais serão seus planos para a marca Palm, adquirida pela Hewlett-Packard em 2010 e aposentada meses após a compra. Também não está claro quais os ativos a empresa da China está em busca, já que a HP vendeu a divisão de software da Palm para a sul-coreana LG.
Por que comprar?
As empresas chinesas estão se tornando globais rapidamente. Não é à toa que três das maiores marcas de smartphone do mundo são do país asiático: Xiaomi, Huawei e Lenovo. No entanto, as companhias têm enfrentado dificuldades em consolidar seus nomes como marcas globais e, provavelmente, a TCL espera que Palm dê o empurrão necessário nos mercados onde a marca já foi grande no passado.
Existem exemplos de movimentos similares. Quando a Lenovo comprou a divisão de celulares do Google no ano passado por US$ 2,91 bilhões, a empresa afirmou que o maior atrativo era o poder da marca na América do Norte e na América Latina.
“Eu acho que ela pode voltar do mesmo jeito que o vinil e o Atari”, opina Mark Tanner, fundador e diretor da China Skinny, agência de marketing e pesquisa. “Há muito valor na volta da marca, como a nostalgia daqueles que se lembram dela de uma época em que gadgets não apitavam constantemente com atualizações de mídias sociais e que selfie nem era uma palavra”, complementa.
A empresa de pesquisa Canalys publicou em seu Twitter que o movimento “é mais uma grande vitória para as companhias chinesas que buscam comprar ativos móveis globais”.
A nova Palm continuará uma empresa “verdadeiramente californiana, com sede no Vale do Silício, aproveitando os talentos e parcerias da área”, afirmou a TCL em comunicado. Algumas empresas chinesas, como as gigantes de e-commmerce, Alibaba, e de buscas, Baidu, já têm presença na Califórnia.
A TCL também disse que pretende envolver toda a “comunidade Palm” na reconstrução da marca, “tornando-o o maior projeto de crowdsourcing da história da indústria”. A afirmação, no entanto, levanta algumas questões. A principal delas é: a comunidade Palm ainda existe? Só o tempo dirá.
Tradução: Fernando Murad
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