Ex-CEO da Americanas é preso após operação da Polícia Federal
Miguel Gutierrez foi detido na Espanha em decorrência das investigações sobre as fraudes contábeis descobertas em 2023
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Meio & Mensagem
28 de junho de 2024 - 12h15
Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas, foi preso nesta sexta-feira, 28, em Madri na Espanha. A Polícia Federal havia feito o pedido de prisão preventiva do executivo na quinta-feira, 27, como parte da operação “Disclosure”, destinada a investigar os envolvidos na fraude contábil da empresa, revelada em 2023.
Quando a Polícia Federal foi à casa do executivo nessa quinta-feira, 27, no Rio de Janeiro, e descobriu que ele estava fora do Brasil, seu nome entrou na lista da Interpol. A polícia brasileira foi informada, já nesta sexta-feira, 28, de que Gutierrez já está detido e que a polícia espanhola irá combinar, junto aos agentes brasileiros, a busca do ex-CEO em Madrid.
Além de Miguel Gutierrez, a Polícia Federal também decretou a prisão preventiva de Anna Saicali, ex-diretora da Americanas. Ela ainda está foragida.
Em junho de 2023, a empresa apontou a diretoria anterior como responsável pelas fraudes contábeis identificadas. Após investigação interna, foi revelado, ainda, os esforços da liderança para ocultar “a real situação de resultado e patrimonial”.
A investigação identificou “diversos contratos de verba de propaganda cooperada e instrumentos similares (VPC), incentivos comerciais usualmente utilizados no varejo, que teriam sido artificialmente criados para melhorar os resultados operacionais, como redutores de custo”. Esses lançamentos, “feitos durante um significativo período”, chegaram, em números preliminares, a R$ 21,7 bilhões em 30 de setembro de 2022.
Gutierrez liderou a Americanas até dezembro de 2022. Naquele ano, ainda, a companhia apontou Sergio Rial para suceder Gutierrez no posto de CEO, a partir de 2023. Poucos dias após assumir o posto, contudo, Rial renunciou ao tomar conhecimento da situação contábil.
A Polícia Federal baseia a operação “Disclosure” em investigações e informações obtidas a partir do acordo de delação premiada firmado com Marcelo Nunes, ex-diretor financeiro da Americanas, e com Flávia Carneiro, líder de controladoria da B2W.
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