Fernanda Gentil, sem cerimônias no MNB
Jornalista comentou sobre a carreira, defendeu a humanidade entre as pessoas e revelou ao Meio & Mensagem qual será o tom de seu novo programa
Jornalista comentou sobre a carreira, defendeu a humanidade entre as pessoas e revelou ao Meio & Mensagem qual será o tom de seu novo programa
Roseani Rocha
13 de abril de 2019 - 19h42
Primeira a se apresentar no segundo dia de palestras da 17ª edição do Marketing Network Brasil, a jornalista Fernanda Gentil chamou o encontro – não por acaso nomeado Sem Cerimônias – de mais um bate-papo do que uma palestra.
Ela comentou o início da carreira no jornalismo esportivo, quando teve de atuar primeiro na produção de programas, o fato de já ter trabalhado no Esporte Interativo, feito dublagens de filmes e equilibrado dois empregos: no Sportv e na Band, até ser intimada pelo primeiro a escolher onde queria ficar, abraçando o esporte (na Band, fazia produção de Cidades). E também comentou das três tentativas fracassadas de entrar para a Globo, coisa que somente conseguiu com a ajuda, posteriormente, de Glenda Kozlowski, a quem encontrou num restaurante e pediu uma chance (até hoje guarda o bilhete que recebeu da campeã de bodyboard com os, então, contatos dela).
Ainda que tenha feito uma palestra – ou bate-papo – alto-astral e bem-humorado todo o tempo, Fernanda não deixou de falar das dificuldades, como o próprio fato de trabalhar em tanta coisa e ter sua biografia restrita, após ter se separado do marido e casado com outra mulher, àquela que “virou sapatão”. Sem contar, mais no início da carreira, o fato de as pessoas repararem mais as gafes, como derrubar celular no chão ou estender a mão para cumprimentar um cego ao vivo, durante a transmissão da Copa na África do Sul, em 2010.
Tratou, ainda, do quanto é preciso parecer bem todo o tempo na TV, por exemplo, enquanto enfrentava a separação de um afilhado, que considerava quase um filho, a separação dos pais ou a morte de uma amiga. “Mas não estou comentando isso tudo para vocês terem pena de mim não. Detesto que tenham pena de mim. É somente para lembrar que não sabemos a vida das pessoas, o que elas passaram naquele dia. Por que o farol abriu e alguém não saiu”, disse, defendendo mais empatia e menos preconceitos, porque todos no fundo somos iguais.
De colegas da própria imprensa, enfrentou casos de fake news e notícias sensacionalistas: gente publicando foto dela com o irmão, dizendo que estava relembrando o ex-marido; que ela e a mulher queriam ter um filho, mas a foto era dela com Rafa Brites, casada com Felipe Andreoli; ou mesmo dela na praia, com o comentário de que estava fora de forma, quando estava apenas no início da gravidez.
Com todas as dificuldades que passou no início de carreira – e eventualmente ainda passa, como deixou claro – Fernanda Gentil segue brilhando e bem-sucedida na profissão. E sem esquecer de ajudar outras pessoas. Em 2013, criou a fundação Mundo Caslu (inspirada no nome do afilhado: Lucas, ao contrário), que cuida de crianças carentes no Rio de Janeiro.
Sendo a vida “um sopro”, como ela diz, e precisa ser bem aproveitada, aproveitamos sua passagem pelo MNB para saber sobre seus novos projetos e sua visão do marketing.
Meio & Mensagem – Pode ser que você não venha a substituir o Faustão, mas certamente não será “a vaca do Globo Rural”, como brincou que era mais fácil acontecer. Poderia falar um pouco sobre seu novo programa?
Fernanda Gentil – (risos) O projeto ainda está em criação, não tem exatamente uma cara, mas tem tudo a ver com tudo isso que falei na palestra. Quero muito que tenha uma essência humana, que faça um carinho mesmo no público. Acho que estamos meio precisando dar uma aquecida na alma, no coração, passar a mão um pouco na cabeça do outro e acolher. Queremos que tenha essa essência, de uma coisa para cima, leve, natural, de boas notícias. Um respiro!
M&M – Será num formato diário? Qual o prazo previsto para estreia?
Fernanda – Não temos essa definição ainda. Estamos agora em reunião para decidir o formato exatamente. A gente tentou muito fazer para estrear neste primeiro semestre ainda, mas não conseguiu, porque fazer algo do zero envolve muita coisa. Mas com certeza vai ao ar este ano ainda.
M&M – A Globo anunciou recentemente a fusão das áreas comerciais dos produtos mais tradicionais e das plataformas digitais. Como vê esse movimento e seu impacto sobre a programação e o futuro da própria emissora?
Fernanda – Não manjo muito da área comercial, não acompanho muito as transações, mas a gente tem que dançar conforme a música. Certamente, a empresa está ligada no que está acontecendo e o digital está crescendo muito. Tem muita gente lá com know-how em digital e essa união é justamente para ser uma voz só, um poder único. Acho que a gente está dançando conforme a música.
M&M – Fala-se tanto sobre diversidade hoje e, ao mesmo tempo, há tantos embates acalorados das pessoas, muita polarização manifestada principalmente em redes sociais? Como você, que até comentou na palestra que trabalha em tanta coisa e ficou conhecida agora como aquela que virou sapatão, vê esse ambiente?
Fernanda – A internet tem muita coisa ruim, óbvio, mas vou ver sempre ver o lado bom. Também abriu uma porta importante: deu voz a muita gente que precisava ter. Os assuntos vieram à tona e não tem jeito, a gente não tem como querer que todo mundo fale, seja uma coisa rápida e prática. Não é isso, é uma mudança. Acho que a mudança está sendo pro bem sim, muita gente falando sobre o que precisa falar. Muita gente tocando em assuntos importantes. Acenderam as luzes e agora todo mundo é um mesmo. Procuro ver sempre o lado positivo.
M&M – Estamos aqui em um evento em que você veio falar a profissionais de marketing. Qual sua visão sobre o marketing de forma geral e como você busca explorar o marketing, já que se coloca em tantos projetos?
Fernanda – Como já diziam, é a alma do negócio, não tem jeito. O marketing é a alma do negócio, constrói uma imagem, destrói uma imagem. Você passa sua mensagem. Acho que entender e bolar uma estratégia para fazer isso de forma prática, direta e hoje em dia, principalmente, humana é fundamental. E as empresas estão caminhando por aí. Muita gente tocando especificamente nessa palavra: humana. Assim como identificação, proximidade. O marketing hoje em dia no País passa muito por isso.
M&M – Você mesma já ressaltou que passou por TV, Instagram, livro e rádio. O que te deixa mais à vontade? E por quê?
Fernanda – Falar com o público me deixa à vontade, seja no meio que for. Palestra, palco, rádio, tv. Por isso tento ir um pouco por todos os caminhos para não deixar de falar com ninguém, quase isso assim. Gosto muito dessa troca. É um intercâmbio muito rico, que me faz muito bem. Parece que dá uma lavada na alma e tomara que para as pessoas também.
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