Hit “Alô, Ambev” mostra potencial do music placement
Música da dupla Zé Neto & Cristiano, com patrocínio da cervejaria, foi escutada mais de 65 milhões vezes no Spotify e mais 61 milhões no Youtube
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Renato Rogenski
7 de janeiro de 2021 - 6h00
A sintonia entre marcas e música não é nova, mas os recentes formatos e narrativas dessa parceria mostram que a harmonia entre ambos ainda têm muita estrada pela frente. No último mês de novembro, por exemplo, segundo um levantamento da consultoria Crowley, o hit “Alô, Ambev” de Zé Neto & Cristiano, foi a segunda canção mais tocada nas rádios brasileiras em novembro.
Fruto de uma parceria entre a cervejaria e a dupla sertaneja, a estratégia de marca e de entretenimento que permeou a música costurou ao máximo essa relação em todas as plataformas possíveis. Não à toa, o verso “Alô Ambev, dobra a produção aí, que a gente bebe” já foi escutado mais de 65 milhões vezes só no Spotify. No último dia 6 de janeiro, o hit figurava nas posições 6º e 9º entre as mais ouvidas do streaming (em suas versões funk e original, sertanejo, respectivamente).
Já o clipe, que mostra até cenas da linha de produção da Brahma, uma das marcas do grupo (e que também é mencionada na canção), foi visualizado mais de 61 milhões de vezes no Youtube. Na concepção de Raul Santahelena, coordenador acadêmico da Miami Ad School e líder de digital content da Petrobras, o novo hit chegou para esquentar o debate em torno do music placement como ferramenta de marketing e construção de marca.
“O uso da música como ferramenta de construção de marcas é uma estratégia consolidada” – Raul Santahelena
Santahelena afirma também que a música é, historicamente, um poderosíssimo vetor de engajamento e ativação de elementos de posicionamento na atmosfera da marca, ajudando a aproximá-la do coração das pessoas e de seus momentos únicos de emoção e felicidade. “O uso da música como ferramenta de construção de marcas é uma estratégia consolidada no mercado em suas múltiplas facetas e formas de parceria”, acredita.
O profissional, que também é autor dos livros “Muito Além do Merchan” e “Truthtelling”, lembra que o uso mais comum e corriqueiro do universo musical pelas marcas são os jingles encomendados e criados especialmente para produtos e que geralmente atuam como verdadeiros “chicletes” em nossas mentes. Entre os casos, ele cita “Pipoca com Guaraná”, criado em 1991 pela DM9DDB, que chegou a ter uma nova versão repaginada ano passado, e a vinheta de final de ano da Globo.
Outra possibilidade, Santahelena explica, é o uso músicas de sucesso em comerciais e conteúdos de marca, em suas versões originais ou adaptadas, como a DPZ&T faz para o McDonald’s, com releituras de funks conhecidos. “Há ainda outras possibilidades de parcerias entre músicas e marcas, como a menção da marca na letra da música. Essa menção pode acontecer de forma espontânea ou negociada e paga, como parece ser o caso de ‘Alô, Ambev’”, analisa.
Embora as oportunidades sejam vastas para a relação entre música e marcas, o profissional acredita que essa parceria precisa ser orquestrada com muita sensibilidade. Em sua visão, essa simbiose pode ser solidificada com uma estratégia consistente no tempo e no discurso, com determinado artista ou até gênero musical, até mesmo para a marca não soar “caronista” ou “gratuita”. “Os gestores devem sempre se lembrar que as marcas são verdadeiras intrusas naquele conteúdo de entretenimento. Aquele ambiente não foi criado para servir marcas, mas sim para tornar a vida das pessoas um pouco melhor e mais divertida. A presença deve ser genuinamente contextualizada e pertinente, jamais forçada”, finaliza Santahelena.
*Crédito da imagem de topo: Marco_Piunti/iStock
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