Dados e AI impulsionam martechs brasileiras
Aumento da demanda por serviços de tecnologia cria ambiente fértil para startups que oferecem soluções voltadas ao marketing
Aumento da demanda por serviços de tecnologia cria ambiente fértil para startups que oferecem soluções voltadas ao marketing
Luiz Gustavo Pacete
4 de julho de 2019 - 16h00
Fintechs, healthtechs, insurtechs, agrotechs. A lista de terminologias conectando um determinado setor a empresas de tecnologia é extensa e também inclui as martechs, empresas voltadas a serviços de marketing. Muitas dessas empresas nascem de demandas específicas que surgem a partir de um processo intenso de transformação em vários mercados e, principalmente, nas ferramentas necessárias para o marketing digital atualmente.
Luis Gustavo Lima, chief marketing office (CMO) da ACE, consultoria de inovação e aceleradora, explica que o mesmo mindset de transformação e inovação que vem sendo criado dentro de várias áreas existe no meio publicitário proporcionando um ambiente fértil para que startups com expertise de marketing também se desenvolvam. “As mudanças em todas as áreas são exponenciais e o maior desafio atual é deixar de fazer as coisas do mesmo jeito. No caso específico das empresas que se originam do meio publicitário é importante entender que a solução agora passa por todos e não por uma pessoa específica detentora da criatividade”, afirma.
Marcelo Sato, sócio da Astela Investimentos, em artigo publicado no ProXXIma, explica que o resultado da junção entre marketing e tecnologia impulsionou o setor resultando no surgimento de mais de 6.200 startups (martechs) que juntas fornecem quase sete mil produtos — segundo levantamento da chiefmartec.com. “Mesmo sendo um dos primeiros setores a se beneficiar da onda de startups, ainda tem espaço para o surgimento de grandes empresas. O grande desafio dos empreenderes é a alta concorrência e o grande desafio para os investidores é encontrar dentre as inúmeras startups as que serão os próximos incumbentes de cada uma das categorias”, pontuou.
Apontada recentemente no ranking 100 Startups To Watch, da Época Negócios, a In Loco, especializada em marketing de localização, vem atuando em um território que, majoritariamente está nas mãos de empresas estrangeiras, mas que demanda expertise local. “As maiores oportunidades de crescimento estão, sem dúvida, no mercado omnichannel. O varejo precisa de soluções que trabalhem de maneira eficiente a experiência de compra do consumidor na realidade online-to-offline. E neste cenário, um desafio imenso se impõe que é a segurança de dados dos consumidores e seu direito à privacidade”, explica André Ferraz, CEO e cofundador da In Loco.
Ferraz reforça que a inteligência artificial tem sido cada vez mais demandada, mas são necessárias ponderações. “O que está acontecendo é o surgimento de diversas novas aplicações de inteligência artificial que terão impacto em serviços diretos para as pessoas e aqui, novamente, é importante que estejamos atentos à questão de privacidade um valor que muita gente ainda não dá o valor que merece”, reforça. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entra em vigor no Brasil a partir do ano que vem deve dar uma nova perspectiva para as startups de marketing em função do cuidado relacionado aos dados dos consumidores.
Heitor Estrela Gomes, CEO da NoAlvo, startup especializada em mobile e out-of-home, explica que o amadurecimento das tecnologias vem fazendo com que o mundo programático se torne cada vez mais real. “Estamos investindo em machine learning pois acreditamos que com essas métricas podemos aprender e melhorar nossos planejamentos nas próximas campanhas, uma estratégia que foi muito promissora no mundo digital e que deve ser um dos caminhos que devemos percorrer no mundo off-line”, justifica.
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