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10 de outubro de 2013 - 3h09
O Lollapalooza Brasil está maior e mais ambicioso. Em relação ao espaço, está cinco vezes maior em comparação à área proporcionada pelo Jockey Club de São Paulo, endereço das duas edições organizadas na capital paulista, até então pela Geo Eventos.
Agora, em sociedade com a Time For Fun (T4F), o evento muda de direção e será instalado no autódromo de Interlagos, onde terá quatro palcos, local para comida orgânica e merchandising e um território amplo para a criação de atividades que divulguem mais as marcas patrocinadoras. De acordo com a companhia, o Lolla cresceu de 120 mil metros quadrados para 600 mil metros quadrados.
Está mais ambicioso também porque procura imprimir a ideia de que o entretenimento atrairá a atenção por um final de semana inteiro – e não apenas por algumas horas – e porque traz uma preocupação com a sustentabilidade. Perry Farrell, criador do festival, que veio a São Paulo para falar do novo Lolla e para participar do MaxiMídia, o maior encontro da indústria da comunicação do Brasil (leia mais no site de cobertura), afirmou que estão sendo planejadas Lolla Parties e outros eventos que sejam dedicados àqueles que nem pensam em dormir entre os dias 5 e 6 de abril, quando acontece a edição brasileira.
O cuidado com a sustentabilidade passa pelo estímulo ao uso do transporte público. Para mostrar que a proposta não é má, o próprio Farrell usou o trem nesta quinta-feira, 10, junto com a imprensa. O músico, que é vocalista da banda Jane’s Addiction, saiu do shopping Market Place e foi a pé até a estação Morumbi, despertando a curiosidade dos passageiros do dia a dia. “Estou achando ótimo. Os trens são limpos, confortáveis e se movem. Gosto quando as coisas se movem, não importa a direção”, brincou no vagão, em meio aos jornalistas.
Na apresentação do novo Lolla, ele lembrou que a experiência de chegar à cidade, saindo do aeroporto de Guarulhos, e pegar uma estrada congestionada é ruim e que a viagem feita por trem foi boa – em meio ao trajeto, Farrell ficou bolando com assessores um vagão que tivesse DJ e servisse bebidas. Estava entusiasmado.
Alexandre Faria, diretor artístico da T4F, informou que a expectativa de público para o terceiro Lollapalooza Brasil é de 140 mil pessoas – em 2012, o evento vendeu 167 mil ingressos, mas foram em três dias; na primeira edição, em dois dias, foram comercializados 135 mil tickets. Serão oferecidos 80 shows em dois dias (isso explica, segundo a empresa, porque a duração passou de três dias para um final de semana).
As áreas de estacionamento também aumentaram e será dado desconto a quem quiser ir de carro, desde que seja com pelo menos quatro passageiros. A preocupação com o meio ambiente já existia entre os criadores do Lollapalooza, mas essa percepção não era forte entre os brasileiros.
Farrell abordou também outro projeto: o de ampliar a interatividade. Ele ponderou que é muito frustrante uma pessoa querer compartilhar fotos via Instagram ou encontrar amigos em um festival de música e não conseguir. A T4F está em negociações para fechar o serviço com uma operadora. O projeto de conectividade é uma preocupação especial de Farrell.
Line-up e ingressos
Apesar da intensa curiosidade, os organizadores do Lollapalooza não anteciparam nenhuma das atrações que prometem para 2014. Entre os dias 23 e 30 deste mês, a T4F informará o line-up completo. E em novembro começa a venda de ingressos. Farrell destacou que o festival está atento a rock alternativo.
“Nada contra os clássicos, mas decidimos correr mais riscos. Estamos muito interessados também em música eletrônica. Teremos um line-up diverso, mas de excelência, com atrações mais jovens mas que representam o que há de melhor no mundo”, disse o cantor. Faria salientou que o festival terá de oito a dez bandas relevantes por dia.
Como nos anos anteriores, o festival terá transmissão pela TV e pela internet. As negociações estão em andamento.