L’Oréal faz as pazes com modelo negra que demitiu
Munroe Bergdorf, demitida em 2017, será membro do Conselho Consultivo em Diversidade e Inclusão da L’Oréal do Reino Unido
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Meio & Mensagem
11 de junho de 2020 - 6h00
(*) Por Jack Neff, do AdAge
A L’Oréal Paris chegou a um acordo com a modelo negra transgênero Munroe Bergdorf quase três anos após a marca tê-la demitido após um post no Facebook que a empresa dizia estar “em desacordo com nossos valores”. A L’Oréal enfrentou reações nas mídias sociais por parte de Bergdorf e muitas outras pessoas dizendo que a marca estava sendo hipócrita depois de apoiar o movimento Black Lives Matter nas redes sociais.
Em setembro de 2017, a L’Oréal penalizou Bergdorf por um post no Facebook, posteriormente retirado, que jogava carga grande de responsabilidade nas pessoas brancas pelos movimentos de supremacia branca que levaram a confrontos na cidade de Charlottesville (na ocasião, manifestantes de extrema-direita fizeram uma marcha para protestar contra a remoção da estátua do general Robert E. Lee, que liderava os confederados na Guerra Civil Americana). “A maioria de vocês nem percebe ou se recusa a assumir, que sua existência, privilégio e sucesso como raça é construído nas costas, sangue e morte de pessoas de cor”, afirmava o post. “Toda sua existência é encharcada em racismo”, continuava.
Em um comunicado nesta quarta-feira, 9, a presidente da marca L’Oréal Paris, Delphine Viguier, afirmou ter tido “uma conversa honesta, transparente e sensível” com Bergdorf. “Enquanto ambas concordamos hoje que rótulos negativos não devem ser usados para definir todos os indivíduos de qualquer grupo, entendo muito melhor a dor e trauma que estavam por trás das palavras de Munroe na ocasião e a urgência que ela sentiu de falar em defesa da comunidade negra contra o racismo sistemático, disse Viguier. “Lamento a falta de diálogo e apoio que a companhia demonstrou à época”, afirmou ainda.
A executiva contou que a L’Oréal está formando um Conselho Consultivo em Diversidade e Inclusão no Reino Unido formado por vozes de dentro e fora da companhia que inclui Bergdorf. A L’Oréal Paris também está doando mais de US$ 50 mil para a instituição Mermaids, apoiando jovens que são gênero-variantes e transgêneros e o movimento Orgulho Negro, do Reino Unido.
“Como uma ativista, parte do meu trabalho é encorajar grandes empresas a entender sua responsabilidade no que diz respeito a diversidade e inclusão”, afirmou Bergdorf no Twitter. Já a L’Oréal Estados Unidos ainda tem um problema legal pendente no campo da diversidade e inclusão. Uma ação movida no final de 2018 pela ex-vice-presidente de marketing digital Amanda Johnson, que é negra, acusa a empresa de discriminação de raça, sexo e por deficiências físicas. A L’Oréal nega vigorosamente as acusações e o processo segue aguardando um desfecho.
(*) Tradução: Roseani Rocha
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