Os planos da Taco Bell para atingir abrangência nacional
Estratégias incluem nova estrutura no País, inovações no menu, revisão de precificação e até marketing de guerrilha
Na última semana, Taco Bell anunciou a entrada em uma nova fase no Brasil. A partir de 2026, o negócio deixa de ser controlado pelo Grupo Sforza e passa a estar sob o guarda-chuva da Yum!Brands, detentora de marcas como KFC e Pizza Hut.

Taco Bell no Brasil: projeção é alcançar marca de 200 unidades nos próximos cinco anos (Crédito: VCarter80/Shutterstock)
A estratégia é parte de um plano ambicioso da master franqueada em avançar no País como uma praça prioritária. O objetivo é terminar o ano com 40 lojas em operação e chegar a 200 unidades até 2030, consolidando o Brasil como mercado estratégico da companhia na região da América Latina.
Recém-nomeado presidente da operação, Tito Barroso encara agora a missão de recrutar um time 100% dedicado ao mercado nacional, que contará com o apoio de times baseados na Califórnia e no Texas, especificamente em Dallas, nos Estados Unidos.
“A Yum! Brands entende e sabe da realidade do Brasil. É um mercado em que ano após ano, a categoria do que chamamos de QSR, quick service restaurants — os fast-foods — cresce muito. Por isso esse entusiasmo, otimismo e atenção sendo dada ao nosso País”, justifica Barroso. O Brand Footprint QSR da Worldpanel by Numerator indicou uma alta de 16% nas ocasiões de consumo de fast-food no ano passado, acompanhada por um incremento de 0,3 ponto percentual na entrada de novos clientes.
A prioridade será expandir para praças em que a rede já tem presença de marca — Mato Grosso Sul, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Goiás — para, posteriormente, seguir para outros estados. Para esse processo, avalia o presidente, a comunicação e o marketing são importantes para avançar. Inclusive, o head da área deverá ser anunciado em breve.
“É fundamental ir em frente, construir a presença da marca com campanhas, promoções, e até marketing de guerrilha. Vamos fechar o ano em 40 lojas, então precisamos de muita criatividade e inovação”, pontua. “As campanhas de Taco Bell têm audácia. É uma das razões pelas quais eu entrei na marca. É super querida e amada, com uma legião de seguidores mundo afora e que, no Brasil, com certeza estaremos no topo do mercado e competindo com os maiores players e número de lojas em breve”, aposta.
Em relação à concorrência, Barroso vê, justamente, a culinária e a variedade de ocasiões de consumo como diferencial. A rede norte-americana de fast-food inspirada na culinária mexicana encontra um público brasileiro acostumado com as semelhanças no cardápio, com pratos que levam preparos como arroz, feijão, carne moída e guacamole, por exemplo, que podem ser encaixados em mais de uma refeição por dia — diferente do hamburger, exemplifica o presidente.
E ainda que seja uma marca próxima da geração Z, Taco Bell não se limita a classes sociais ou faixas etárias específicas. “Uma das grandes tarefas no Brasil é mexer no menu e na precificação dos itens. Cada vez mais, queremos deixar os itens mais competitivos, com precificação mais baixa, mas obviamente precisamos de mais diferenciação”, acrescenta Barroso.
Tecnologia e inovação
Os planos da Yum!Brands para o Brasil incluem o aumento de investimentos em tecnologia, inteligência artificial (IA) e integração digital globalmente, norteando a estratégia de expansão, especialmente para o avanço em delivery e drive-thru.
Já parceira de plataformas como o iFood e Rappi, Taco Bell já vem se aproximando de novos entrantes no segmento de delivery, como as chinesas 99Food e Keeta, da Meituan. “Será uma mudança de paradigma no mercado brasileiro”, prevê o presidente. “As vendas serão incrementais. Há uma canibalização dentro das plataformas, então o segmento vai aumentar cada vez mais”, diz.
Os próximos passos incluem o lançamento de um aplicativo e um programa de loyalty já em 2026. Os programas de fidelidade têm sido uma aposta das redes de fast-food já há alguns anos. O McDonald’s conta com o Meu Méqui, enquanto o Burger King opera com o Clube BK, por exemplo.
Um novo CRM também está na mira. A IA será uma auxiliar tanto na ponta junto aos clientes — na identificação de público, comportamento de consumo, geolocalização e envio de promoções — quanto no backstage, mirando em eficiência operacional e garantindo rentabilidade cada vez maior para as franquias.