Quem é responsável pela equidade racial?
AD Junior, Maria Gal e Sergio All falam sobre a necessidade de líderes e empresas assumirem sua responsabilidade em uma mudança social
AD Junior, Maria Gal e Sergio All falam sobre a necessidade de líderes e empresas assumirem sua responsabilidade em uma mudança social
Taís Farias
5 de outubro de 2022 - 18h48
Segundo dados do IBGE, no Brasil, mais da metade da população se autodeclara preta ou parda. Ainda assim, na prática, as oportunidades concedidas estão longe de acompanhar esse retrato em representatividade. Maria Gal, CEO da Maria Produtora, e Sergio All, CEO da Conta Black, criaram os seus negócios a partir de uma dor.
No auge de sua carreira na comunicação, liderando uma agência com mais de 30 funcionários, Sergio teve crédito negado pelo banco. Maria Gal, por sua vez, ao concorrer com uma atriz branca por um papel ouviu que seu tom de pele era menos comercial. Para os executivos, para que uma transformação, de fato, aconteça é preciso uma mudança de mentalidade.
“A desinformação e a falta de letramento fazem com que as pessoas brancas não entendam a extrema responsabilidade que elas têm para mudar a nossa sociedade”, afirma a CEO da Maria Produtora. Em junho, a apresentadora lançou o programa Preto no Branco, com seis episódios, na Band News TV e no canal Arte 1. A atração impactou mais de 10 milhões de pessoas e teve patrocínio da Gerdau.
No entanto, Maria conta que a busca por apoiadores não foi fácil. Sergio também encarou essa realidade no Brasil, mas se surpreendeu com um cenário diferente ao apresentar sua proposta de negócio nos Estados Unidos. “Lá, a percepção foi completamente diferente. Eles estão acostumados a ver um homem preto no mercado financeiro”, explica.
O CEO da Conta Black voltou com grandes parceiros e um escritório nos EUA. “Como um empresário preto, eu estimo galgar trajetórias e lugares em que qualquer homem branco está”, conta.
Nesse sentido, AD Junior, apresentador e head de marketing da TraceTV, defende que as pessoas pretas não podem estar encaixadas apenas no lugar da diversidade e inclusão, mas como potência. “Sempre fica no lugar da filantropia”, aponta. Sergio concorda: “A diversidade não pode mais ser vista como uma bandeira, mas como um negócio”.
“É preciso que as pessoas brancas tenham o entendimento da responsabilidade delas para que a gente possa viver uma equidade racial. Elas não podem mais esperar. Precisam agir”, finaliza Maria.
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