Rodrigo Faro no desafio de unir mídia tradicional e digital
Ator e apresentador discutiu as diferenças e benefícios dos diversos meios disponíveis, além de celebrar a irreverência no conteúdo e na publicidade
Rodrigo Faro no desafio de unir mídia tradicional e digital
BuscarAtor e apresentador discutiu as diferenças e benefícios dos diversos meios disponíveis, além de celebrar a irreverência no conteúdo e na publicidade
Thaís Monteiro
3 de outubro de 2023 - 19h36
Com 40 anos de carreira e 15 de televisão, o ator e apresentador Rodrigo Faro é conhecido por seu trabalho nos programas Hora do Faro, Canta Comigo, e pela atuação em novelas como Chocolate com Pimenta, O Cravo e a Rosa.
Seu trabalho na Globo e na Record o consolidaram como comunicador de massa. Mas, hoje, Faro busca conquistar nichos e o público jovem nas redes sociais. No primeiro dia do Maximidia, Faro discutiu os desafios da comunicação multitelas e a evolução da publicidade.
Apesar de hoje viralizar nas redes sociais, Faro se descreveu como preguiçoso em relação ao digital, ao menos inicialmente. O que proporcionou que o apresentador e seus quadros tivessem em contato com o público mais jovem foi, em parte, Casimiro.
O jornalista e streamer conhecido por reagir a vídeos online começou a fazer conteúdo assistindo ao quadro Vai Dar Namoro, que faz parte do programa de Faro, na Record. A partir disso, um público mais jovem passou a abordar Faro em público, pedindo que ele fizesse as brincadeiras que faz no programa.
Os bordões também migraram para a publicidade. Como head de marketing institucional da EMS, o apresentador fez uma campanha para Multigrip em que brincava com as falas. “O comercial viralizou. Antes eu só ‘respingava’ conteúdo da TV na internet. Aí passei a pensar que precisava criar conteúdo exclusivos para esses novos veículos”, contou.
Hoje, o ator e apresentador está em tratativas com redes como o TikTok e plataformas de streaming para veicular produtos originais. Segundo Faro, o intuito é fazer um Vai Dar Namoro para as redes sociais, já que na televisão há restrições próprias do veículo tradicional.
Outro projeto é fazer um “Vai Dar Namoro Delivery”, em que o apresentador aparece na porta de pessoas “encalhadas”, convidando-os a fazer o quadro no meio da rua mesmo. Outra ideia é o “Faro que eu te escuto”, em que ele responde a audiência com conselhos.
“São ideias malucas e fora da caixa. O segredo é esse. Buscar comunicação e irreverência”, afirmou. “É um público jovem, gigantesco e que não pode ser perdido. Isso acabou aumentando minha penetração em vários locais e faixas etárias”, disse.
Para o apresentador, o maior desafio do cenário digital ainda é se destacar entre a quantidade de conteúdo publicado, trazendo relevância e que contribua aos seguidores. Além disso, para lançar projetos como os que descreveu, ele diz ser necessário já ter uma proposta de comercialização, monetização e faturamento.
Apesar disso, Faro atribuiu grande relevância a TV, principalmente pela capacidade de atingir uma grande audiência e de todo o País, sobretudo de locais onde a internet ainda não funciona de forma tão efetiva. Segundo o apresentador, a televisão confere autoridade às informações.
No entanto, isso não basta. “Não podemos achar que só isso ganha o jogo. Precisamos investir no digital, gerar interesse no novo público, atualizar a imagem para não ficar um tiozão da televisão”, colocou. Nesse sentido, ele sublinhou que é necessário buscar constantemente inovação.
Mesmo buscando a inovação, Faro contou que recebe comentários sobre estar ficando velho, mas entende que o público também envelheceu com ele. Além disso, ele acredita que é sempre bom poder se abstrair das críticas da internet. Ademais, Faro busca trazer novidades no seu jeito irreverente de conduzir suas atrações e a publicidade.
“Quero passar minha mensagem através do humor e entretenimento, deixar a pessoa do outro lado tranquila. Ela confia em você quando vê que você é como ela, não tem medo de pagar mico, errar. Isso te humaniza”, disse.
Na publicidade, Faro busca trazer a mesma irreverência e produzir conteúdos novos, diferentes da publicidade tradicional, como quando foi corretor de automóveis por um dia para Chevrolet, por exemplo. Seus critérios de escolha envolvem, geralmente, conhecer a marca, se alinhar com os princípios da mesma e dialogar com a área de marketing e com a agência responsável para alinhar ideias.
Além disso, ele considera o trabalho dos influenciadores digitais como altamente importante, porque endereçam a comunicação a um nicho, enquanto a televisão confere autoridade e alcance de massa.
“Eu quero fazer o que eu estou fazendo. Quero envelhecer junto com o público e deixar algum legado. Quero que as pessoas lembrem do maluco que topou dançar na televisão, tentou falar com a criança, adulto e idoso. Vejo como missão e propósito. Minha profissão é ser apresentador, mas meu propósito é levar alegria, emoção, entretenimento, algo interessante. Quero continuar com meu propósito enquanto tiver saúde e renovando meu público trabalhando com a mídia digital”, concluiu.
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