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Blockchain pode revolucionar o marketing?

Tecnologia promete trazer mais segurança e transparência para transações na rede, podendo ser incorporada em segmentos como conteúdo e publicidade


2 de dezembro de 2017 - 10h00

Uma das tecnologias mais comentadas do momento é a blockchain. Geralmente associada às transações com Bitcoin, não é um conceito novo (os primeiros papers sobre o assunto são de 2008). Mas o sistema começa a ser avaliado com cuidado por diferentes indústrias além da financeira, como uma forma de trazer mais transparência e segurança para transações e registros. Mas o que é blockchain e como ela pode revolucionar a indústria de marketing e conteúdo?

 

 

De modo geral, blockchain é uma rede descentralizada que opera de maneira similar aos torrents. As transações que ocorrem nessa rede (de valores, documentos ou outros) só são concluídas mediante consenso entre diversos nodes (veja glossário abaixo) da blockchain. Essa validação fica registrada numa corrente histórica, com as transações anteriores, e não podem ser alteradas. Os usuários que conseguem colaborar na integração de um bloco de registro na corrente, por meio de complexos cálculos de algoritmos produzidos pelo seu computador, são recompensados com bitcoins ou outra unidade de valor estabelecida pelos integrantes daquela rede.

Embora o exemplo mais emblemático seja o Bitcoin, diversos outros mercados podem se beneficiar do sistema, uma vez que nenhuma das partes da rede tem mais poder que as outras. Além disso, os registros ou transações ficam gravados para sempre naquela corrente. Para fraudar uma transação e registro, seria preciso alterar todos os blocos da blockchain, o que é matematicamente impossível.

O potencial da blockchain no marketing tem relação direta, por exemplo, com fraudes em publicidade digital. A tecnologia, a médio e longo prazo, pode ajudar a estabelecer relações mais diretas e transparentes entre os players da indústria, facilitando as transações e pagamentos entre marcas e influenciadores ou produtores de conteúdo, através de protocolos previamente estabelecidos entre as partes. Dados de entrega de anúncios e visualizações de vídeos, por exemplo, poderão facilmente ser acessados na blockchain.

A tecnologia envolve uma série de variáveis e um processo composto por diferentes aspectos técnicos. Na edição impressa de Meio & Mensagem a circular na segunda-feira, 4 de dezembro, uma reportagem detalha sobre o potencial da tecnologia, como ela funciona e quais são as oportunidades para o mercado de comunicação (a íntegra está disponível exclusivamente para assinantes do Meio & Mensagem, disponível nas versões impressa e para tablets iOS e Android). Conheça, a seguir, os principais conceitos envolvendo blockchain:

Bitcoin: É a primeira network descentralizada e respectiva criptomoeda, criada em 2008 por Satoshi Nakamoto, identidade atribuída a um desenvolvedor japonês desconhecido.

Blockchain: conceito de estrutura de registros (ledgers) de informações em blocos interligados e distribuídos em redes descentralizadas públicas ou privadas, consequentes de transações peer-to-peer. Pelo fato de cada node da rede ser responsável pela autenticação das transações que acarretam em blocos, e pelo fato de os blocos estarem encadeados historicamente de forma criptografada, esses registros são considerados seguros e praticamente inalteráveis.

Chaves: Existem chaves privadas e públicas. A privada geralmente fica com uma das partes interessadas na transação e ninguém mais conhece seu código. As públicas vão para a rede e permitem aos nodes verificarem a transação.

Criptomoeda: Ou Cryptocurrency são ativos digitais com valores específicos usados para realizar transações em redes descentralizadas. Bitcoin e Ether são as criptomoedas mais conhecidas atualmente.

Ethereum: É uma network descentralizada de computadores que validam transações em blockchain. É conhecida por ser a primeira a oferecer a função de Smart Contract.

Hard Fork: Protocolos ou regras de governança de uma blockchain não podem ser alterados. Porém, quando há desacordo entre integrantes, as networks podem fazer uma Hard Fork. Nesse caso, o novo código se torna incompatível com versões anteriores e usuários do antigo sistema permanecem em sua própria blockchain — que passa a não aceitar novos blocos.

Hash: Cryptographic Hashes transformam uma coleção de dados numa linha alfanumérica com um cumprimento determinado, que traduz certo valor. Qualquer alteração mínima nos dados, modificam a hash totalmente. A hash correta calculada por um Miner para validar uma transação gera um bloco na corrente.

Initial Coin Offering: Ou ICO, é a oferta pública inicial de uma determinada quantidade de tokens ou criptomoedas a apoiadores interessados em formar uma nova blockchain. Em termos gerais, é uma espécie de crowdfunding de ativos digitais para iniciar uma rede descentralizada, cuja legalidade é debatida por reguladores de mercado.

Mineradores: Ou Miners, são os operadores da rede que colocam a transação do bloco junto às anteriores. Seus computadores são equipados para calcular hash criptografadas e só uma vai permitir essa ação. O minerador que consegue calcular a hash certa, é premiado com Bitcoins (ou o token correspondente).

Nodes: Na infraestrutura da blockchain, os nodes (ou nós) são os computadores responsáveis pelo consenso sobre uma transação em tempo real, contendo cópias dos registros autenticados distribuídos entre eles. Quando uma nova operação é gerada, os nodes avaliam o histórico do novo bloco e verifica suas chaves. O novo bloco só é adicionado à cadeia após a validação.

Peer-to-peer: Ou P2P é um modelo de computação ou de rede distribuída de arquivos entre diversas partes. Por meio de torrents é possível buscar nas redes as partes do arquivo procurado e reuni-los numa só máquina.

Proof of Work: É um protocolo utilizado para a prevenção de ataques cibernéticos, um registro difícil e custoso de ser produzido por hackers, porém fácil de ser verificado por membros da blockchain.

Smart Contract:  Contratos inteligentes são registrados na rede em códigos computacionais que executam tarefas automaticamente, desde que as partes envolvidas estejam em conformidade com regras pré-estabelecidas. É similar ao conceito “If-this-than-that” (IFTT).

Token: É uma unidade de valor que alimenta a blockchain, podendo ser moedas, como Bitcoin ou Ether, que servem para ser transacionadas de acordo com o interesse dos integrantes de uma network.

Torrent: É um arquivo de computador que contém metadata de outros arquivos ou documentos distribuídos numa rede. Esses arquivos podem ser localizados por um buscador respectivo e reunidos para voltar a formar o conteúdo original do arquivo, num sistema peer-to-peer.

 

 

 

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