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Mídia

Curadoria é a aposta dos canais de filmes frente ao streaming

Para manter a audiência interessada na programação da grade, veículos como Telecine e WarnerMedia se adaptam à não-linearidade


23 de março de 2022 - 6h01

Super-heróis e personagens queridos são apostas nas produções (Crédito: Divulgação/ Warner Bros)

As múltiplas opções de filmes disponíveis tanto nos canais lineares quanto nas plataformas de streaming vêm gerando uma mudança nos hábitos de consumo. Segundo uma pesquisa da Finder, realizada em agosto do ano passado, que media a popularidade dos serviços de streaming no mundo, o Brasil é o segundo país que mais consome conteúdo via plataformas. Mais de 64% dos usuários responderam que assinam pelo menos um serviço. Dados levantados pela NZN Intelligence, que entrevistou 1,8 mil brasileiros, apontam que 84% dos respondentes assinam mais de uma plataforma, enquanto 36% são assinantes de, pelo menos, quatro serviços de streaming.

Essa variedade de plataformas e conteúdos, além da praticidade que o streaming oferece no dia a dia, fez com que os canais lineares adotassem outras estratégias para chamar a atenção dos espectadores e marcas. E, nessa disputa, curadoria passa a ser algo fundamental, já que o conteúdo que preenche a grade tem que ser agradável e conveniente para o momento que o espectador sintoniza a TV.

As pessoas que sintonizam os canais lineares, em muitos casos,  são mais maduras e não estão tão ávidas por consumir conteúdo 24 horas por dia, avalia o head de general entertainment da WarnerMedia, Gustavo Grossmann. “A audiência vai migrando conforme o grupo de idade. Assumimos que, em algum momento, a curadoria e a expertise dos nossos programas entram no jogo”, diz. Apesar disso, o executivo reforça que não há uma regra exata em relação à faixa etária e o consumo de conteúdo em determinada janela.

Sem precisar escolher

Outra questão que também é trabalhada pelos canais lineares são os casos em que as pessoas se poupar da tarefa de escolher um filme, dada a grande variedade que as plataformas podem oferecer. Nesse momento, uma curadoria feita pelos especialistas que trabalham nos canais e que escolhem os filmes se torna um ponto de relevância.

Tanto a rede premium Telecine quanto o Megapix são canais que atendem não apenas a cinéfilos, mas a pessoas de diferentes perfis e gostos. Por isso, os profissionais fazem uma curadoria de acordo com o que acontece durante a semana para atrair a atenção de quem está zapeando pelos canais.

O público dos canais lineares, inclusive, é o mesmo do streaming (apesar de mais jovens), mas entra em contato com a marca em momentos diferentes, e por isso, preza pelo conteúdo, afirma Sóvero Pereira, CEO do Telecine. “Uma pessoa que entende mais de cinema, vai lá na busca de streaming e acha o filme que quer. Mas a maior parte do público precisa de ajuda”, diz. Por isso, o Telecine aproveita e traz conteúdo extra para promover a grade de filmes. Exemplo é a série Cine Expert, que mostra ícones do cinema e ajuda na descoberta do conteúdo, e a Dica Telecine, que sugere filmes.

Os canais lineares de filme são a porta de entrada para marcas e espectadores (Crédito: Divulgação / Telecine)

Atração das marcas
Do lado da publicidade, audiência é fundamental para que as marcas sejam atraídas. Muitas empresas passaram a atender uma demanda multiplataforma, tendo que olhar para muitas janelas ao mesmo tempo. Isso fez com que os canais entendessem que também têm papel importante no ecossistema de suas produções e são a primeira porta para a entrada de parcerias com marcas e publicidade. Por isso, entregar conteúdo relevante para a audiência ficou ainda mais importante.

Grossmann, da WarnerMedia, afirma que a intenção da empresa é que os canais lineares sejam uma forma de promoção massiva do seu conteúdo e ingresso publicitário. “Temos a assinatura para ter conteúdo exclusivo nos canais lineares. E usamos o conteúdo das plataformas com o propósito de seguir promovendo o streaming”, comenta. A Warner tem os canais Space, TNT e Warner, além da rede premium HBO na TV por assinatura, e comanda a plataforma HBO Max, que além de séries e filmes, traz conteúdos ao vivo como a transmissão do Campeonato Paulista e Champions League. “A relação com a audiência e anunciantes segue sendo um plus. Esse conjunto, que relaciona os consumidores com anunciantes e branded content, é a forma como vamos atrair os clientes a participar mais do conteúdo. A chave para manter a relevância é a criatividade”, argumenta.

Já o Telecine entende que a publicidade, nesse contexto, é vital para o desenvolvimento financeiro dos canais. Por esse motivo, pensou em estratégias atrativas para as marcas. No caso da rede premium, os seis canais se tornaram um pacote no qual os cotistas aparecerão. A empresa tem a modalidade, ainda, de oferta por praça, com opção de personalização de acordo com a campanha disponível ou até mesmo divulgações temáticas.

Mesmo que não seja canal com produções próprias — o Telecine faz apenas coproduções com filmes do cenário nacional, com inserções orgânicas —, o canal consegue fazer programação customizada. Izabela Martins, gerente de distribuição e vendas do Telecine, aponta que, com o Megapixel, a preocupação é diferente, já que é um canal com distribuição maior por estar incluso nos pacotes mais básicos de TV por assinatura.

Isso faz com que a marca se preocupe com uma conversa mais micro, mais bem direcionada. “Os filmes contam histórias e elas podem estar relacionadas à marca dos filmes. Montando um projeto customizado e personalizado, buscamos trabalhar do macro ao micro”, afirma Izabela. Para os negócios, a rede Telecine aposta na linearidade de plataformas como a Globoplay, e seu braço +Canais, deixando o seu conteúdo exposto. Além disso, a marca conta com as operadoras com diversos formatos de pacotes, de acordo com cada uma delas. “Nosso interesse é que o filme chegue para o assinante da forma mais conveniente. Onde tem plataforma, tem Telecine. Estamos ampliando o leque de possibilidades”, afirma Pereira, CEO do Telecine.

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