El Pais demite e reduz os salarios
Medidas incluem planos de aposentadorias antecipadas e cortes em Madri e Barcelona
Medidas incluem planos de aposentadorias antecipadas e cortes em Madri e Barcelona
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5 de outubro de 2012 - 5h10
O presidente do El País e da Prisa, que controla o jornal, Juan Luis Cebrian, anunciou nesta sexta-feira 5, que o conselho e os departamentos administrativo e comercial do veículo tiveram que adotar uma série de medidas para assegurar a viabilidade econômica da empresa nos próximos anos. Essas medidas se devem à queda da receita publicitária e da redução do spread, o que, segundo o comunicado publicado no próprio El País, levaram o setor de mídia impressa a uma crise sem precedentes.
As medidas anunciadas por Cebrian abrangem planos de aposentadorias antecipadas, redução da força de trabalho em sucursais do jornal, demissão nas equipes editoriais de Madri e Barcelona e até corte de salários. As medidas detalhadas serão apresentadas na próxima terça-feira 9. O comunicado foi emitido conjuntamente por Cebrian e pelo CEO do grupo, Fernando Abril Martorell, o CEO do jornal e da rádio Prisa, José Luiz Sainz, e o diretor do El País, Javier Moreno.
Cebrian admite que as medidas anunciadas, sem precedentes na história de 36 anos do jornal, são "dolorosas", mas "inevitáveis". O diretor geral do El País reconheceu os esforços de todos os funcionários nos últimos anos para manter a qualidade e liderança da cabeça em impressão e edição digital, a despeito dos ajustes orçamentários que já acontecem. Mas, disse, os problemas intrínsecos do setor, agravados pelo contexto de recessão da economia espanhola, ameaçam o futuro do jornal. "Não é uma questão de querer melhorar a rentabilidade. O jornal já não pode apoiar a atual estrutura de custos", afirma Cebrian. "Em um momento em que a democracia espanhola está sob ataque, El País deve continuar a desempenhar um papel fundamental", assinalou o presidente da Prisa.
"Nós não estamos fazendo o mesmo jornal com menos. E sim uma nova transformação", disse o diretor Javier Moreno. O futuro dos jornais envolve necessariamente uma transformação radical em digital para permitir que o jornal dê continuidade ao seu projeto global, especialmente para a América Latina, diz Cebrian.
Nos últimos cinco anos, a Espanha registra uma queda de 18% na indústria de mídia impressa. Na comparação, os Estados Unidos registram redução de 23%, o Reino Unido, de 20%, a França, de 4%, e a Itália, 19% de queda. A queda da receita publicitária para o setor impresso espanhol chega, no período, a 53%, somada à baixa rentabilidade de promoções e a ausência de um modelo de internet rentável. "Para cada dólar que é gerado na internet, são perdidos US$ 10 no papel", informa Cebrian.
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