Como será a nova fase de negócios da Banca Digital
Empresa rompe exclusividade comercial com a Mynd, revê páginas agenciadas e reforça time comercial e de jornalismo
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Thaís Monteiro
5 de abril de 2024 - 6h00
Em 22 de março, a Banca Digital rompeu a exclusividade do seu acordo comercial com a Mynd. No mesmo dia, a operação iniciou uma comunicação nova em seu Instagram. Excluiu todas as publicações anteriores e publicou uma foto que reúne as lideranças da empresa, incluindo novos contratados.
A movimentação faz parte da inauguração de um novo posicionamento, focado em segurança de marca, profissionalização e regulamentação.
A Banca Digital e a Mynd mantinham um acordo de exclusividade na operação comercial dos perfis da Banca Digital desde 2020.
Assim, a Mynd era responsável por firmar contratos de parcerias entre os perfis, agências e anunciantes interessados, assim como a empresa faz com seu próprio casting.
A partir do fim dessa exclusividade, a Banca Digital se torna independente comercialmente. Isso significa que a empresa ficará responsável pelos contratos firmados, mas o CEO, Murilo Henare, afirma que a Mynd, assim como outras agências de marketing de influência, continuarão a fazer pontes comerciais para os perfis da Banca Digital.
O rompimento do acordo de exclusividade já era planejado. Conforme relata o CEO, desde 2023, anunciantes já buscavam a empresa para tratar diretamente com a operação a fim de compreender o modelo de negócio, considerado novo, o momento do mercado digital e tratar com os próprios perfis agenciados.
“A Banca Digital se tornou um projeto grande demais para estar debaixo de outro projeto. Precisávamos de autonomia e poder negociar diretamente com o mercado”, explica.
Há um ano a Banca Digital vem planejando um novo modelo comercial. A empresa realizou novas contratações para compor uma equipe dedicada à área.
Vinícius Magalhães, ex-head comercial do Twitter, integrou o time para liderá-lo. Além disso, a Banca Digital contratou outras lideranças para a área de jornalismo, operações, entre outras.
A intenção da operação é co-criar com o mercado. Para isso, a Banca Digital propôs uma nova dinâmica. “Nós montamos um modelo de negócio onde conseguimos colocar as agências como parceiros de negócios. É um negócio escalável em que desbloqueamos valores conforme o volume de vendas. Torna o mercado mais competitivo”, diz Henare.
Em dezembro de 2023, a Banca Digital teve sua credibilidade questionada quando o perfil Garoto do Blog, que até então fazia parte da operação, publicou imagens falsas de uma conversa entre Jéssica Canedo e o humorista Whindersson Nunes, insinuando um suposto relacionamento entre eles – o que foi desmentido pelos dois. Outras páginas de fofoca de grande alcance, entre elas a Choquei, também publicou o assunto.
A viralização da notícia falsa teria culminado no suicídio da jovem, no dia 22 de dezembro. A Polícia Civil de Minas Gerais investigou o caso e, recentemente, concluiu que a própria jovem disseminou o conteúdo falso às páginas de fofoca.
A partir desse episódio, a empresa trabalha em um novo posicionamento baseado em garatir segurança para as marcas parceiras. A operação busca estimular conversas mais saudáveis e seguras, afirma Henare.
“Esses últimos quatro anos foram um processo de aprendizado. Agora, somos profissionais e especialistas nesse modus operandi. Entendemos o poder, relevância e protagonismo da Banca Digital e queremos poder trabalhar com o mercado todo”, afirma.
Assim, a empresa prepara um novo portal, com estética mais limpa e clara, contendo informações sobre o funcionamento da Banca Digital e um FAQ com todas as dúvidas colhidas no mercado.
Henare informa que não há mais a possibilidade do retorno do perfil Garoto do Blog para a lista de agenciados pela Banca Digital. Além disso, a empresa diz que decidiu romper com algumas páginas que destoavam das novas diretrizes estabelecidas com a intenção de impor limites, como não compartilhar informações falsas.
A empresa prospecta novos perfis para entrarem no casting e estão alinhando contratos com perfis que já faziam parte do grupo.
Durante o upfront da Mynd, o COO, Peter Albuquerque, informou que a Banca Digital está investindo em diretrizes éticas do jornalismo para avançar a capacitação dos perfis.
De acordo com o CEO, as iniciativas visam tornar a empresa e seus processos mais éticos. A Banca Digital discute regulamentação com demais empresas e entidades do setor.
Além disso, a empresa investiu em trazer profissionais ligados ao jornalismo para direcionar formas mais éticas de noticiar. A Banca Digital agora tem um grupo de moderação, em que os perfis enviam uma notícia e a equipe de jornalismo confirma se aquilo é, de fato, verídico, para que, a partir disso, possam publicar.
“Sempre tivemos a consciência que a regulamentação teria que vir de cima para baixo, como dos donos da plataforma e do governo, mas enquanto isso não acontece fazemos o que está em nosso alcance para trazer diretrizes mais tangíveis. O Alberto [Pereira Jr., head de jornalismo, música e parcerias] foi nos colocando em consenso de que isso é um caminho natural para a sobrevivência e futuro do negócio”, descreve.
Por fim, o executivo afirma que a empresa investe em frentes de direito de conteúdo, direito de imagem e em novas formas de monetizar a audiência dos perfis.
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