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Mídia

No Rio, Voz das Comunidades expande atuação

Versão impressa do veículo agora é bimestral com distribuição em dez comunidades da capital carioca


3 de março de 2017 - 12h00

RIO DE JANEIRO, BRAZIL - MAY 18: Kids play soccer in the Complexo do Alemao pacified community, or 'favela' on May 18, 2014 in Rio de Janeiro, Brazil. Ahead of the 2014 FIFA World Cup, Rio has seen an uptick in violence in its pacified slums, including Complexo do Alemao. A total of around 1.6 million Rio residents live in shantytowns, many of which are controlled by drug traffickers. (Photo by Mario Tama/Getty Images)

Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro (Crédito: Mario Tama/Getty Images)

O início foi no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Pensando em criar uma mídia voltada para a sua comunidade, Rene Silva lançou em 2005 o projeto Voz das Comunidades, que começou como um jornal impresso. Mas com o passar dos anos veio o fortalecimento da internet e o veículo foi para a rede onde se popularizou, atraindo marcas locais e anunciantes globais, como Coca-Cola e Unilever. Na última semana, o Voz das Comunidades deu um novo passo, desta vez ampliando ainda mais seu alcance: com uma versão impressa bimestral, ele chega agora a dez comunidades do Rio de Janeiro. Além do Complexo do Alemão, está presente no Borel, Cantagalo, Cidade de Deus, Fumacê, Formiga, Pavão Pavãozinho, Vila Kennedy, Complexo da Maré e Complexo da Penha.

No novo formato, ele conta com 24 páginas, ao invés das 12 que eram publicadas quando o Voz das Comunidades era mensal. A iniciativa vai de encontro a uma lacuna encontrada por Rene no mercado editorial. “Vejo uma necessidade muito grande de ter uma comunicação comunitária, impressa. Temos rádios comunitárias, as chamadas rádios de poste, mas não jornais”, destaca. O novo passo atende a necessidade de expandir a operação passando a englobar outras áreas da cidade, indo além do Complexo do Alemão. “Queremos cobrir a cidade mas não a que a grande mídia cobre, a localizada dentro das favelas”, coloca.

Desenvolvido por  uma equipe de 12 pessoas, o Voz das Comunidades tem ainda colaboradores em cada uma das comunidades que serão alcançadas pela publicação. “Mas não é necessariamente um correspondente, pode ser uma ong, uma associação. Tem que ser algo ou alguém importante dentro da comunidade, que ela reconheça, para que a gente entre com o pé direito”, fala, acrescentando que este é o caminho para ser bem-vindo nas diferentes localidades. “Procuramos uma boa articulação local, escolhemos cuidadosamente nossos colaboradores que são as pessoas que nos representam”, diz.

Contanto com uma grande maioria de anunciantes locais, o veículo é financiado por anúncios. Algumas grandes marcas já reconhecem o trabalho de Rene e investem ou já investiram no Voz das Comunidades, entre elas estão Coca-Cola, Unilever, Tim e Oi. “As empresas precisam entender este passo como uma grande oportunidade de falar com o público das classes C, D e E. São pessoas que moram nas favelas e só tem acesso à mídia através da TV, rádio, internet e o jornal impresso comercial, não havia uma coisa local”, observa.

Com o Voz das Comunidades alcançando dez diferentes localidades, a ideia é justamente ocupar esta lacuna de informação trazendo uma nova solução. “Nas primeiras semanas de março visitaremos agências do Rio apresentando o projeto e no fim do mês iremos à São Paulo”, antecipa. Com 10 mil exemplares, o jornal deverá alcançar um público até quatro vezes maior que sua tiragem, já que a expectativa é de que cada exemplar seja lido por três a quatro pessoas, hábito comum nas localidades alcançadas pelo veículo que tem distribuição gratuita. “Esta é uma oportunidade para que as marcas conversem diretamente com o público das comunidades”, conclui Rene.

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