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Onde nascem as séries?

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Onde nascem as séries?

Autor de nova produção da Globo, George Moura vê a essência nacional como o fator que fomentará o mercado de séries no País


27 de abril de 2018 - 7h36

Fábio Assunção em cena da série Onde Nascem os Fortes (Crédito: Estevam Avellar/Globo)

Antes de escrever as primeiras linhas de “Onde Nascem os Fortes”, série que estreou nessa semana nas noites da Globo, George Moura fez a mala e partiu por uma expedição de mais de dez mil quilômetros adentro do sertão nordestino, onde percorreu cidades e ouviu histórias sobre o ambiente que, mais tarde, seria o pano de fundo de seu novo produto de ficção.

George Moura defende a imersão pelo Brasil para encontrar novas histórias (Crédito: Divulgação/Globo)

Essa imersão na brasilidade é a matéria-prima para a formação de um forte mercado de produção de séries, na opinião do autor. Em apresentação realizada no evento “Milhões de Uns”, realizado nessa quarta-feira, 25, na sede da emissora, em São Paulo, Moura criticou a inspiração em modelos internacionais para a construção de histórias.
“Os Estados Unidos possuem uma excelência indiscutível na produção de séries. Nunca seremos como eles. Temos que colher, claro, inspiração em todo o mundo, mas é falando de nossa aldeia que conseguimos nos comunicar com todo o planeta. Toda nação que tenta copiar uma cultura estrangeira é uma nação pobre”, critica o autor.

Autor de sucessos televisivos como “O Canto da Sereia”, “O Rebu” e “Amores Roubados”, além dos filmes “Linha de Passe” e “Getúlio”, Moura enxerga na variedade e diversidade das regiões e tipos brasileiros como um material inesgotável para a produção de histórias. Para criar o roteiro de Onde Nascem os Fortes, o primeiro personagem que escalou foi o sertão. “Queria voltar aquele lugar para desenvolver uma história em que o sertão fosse um dos personagens principais”, contou.

 

No centro, o diretor José Luiz Villamarim dirige os atores Gabriel Leone e Alice Wegmann (Crédito: Estevam Avellar/Globo)

Apesar da defesa da brasilidade, Moura não é contrário ao intercâmbio de ideias e tendências no trabalho da dramaturgia. Por isso, o escritor é um dos responsáveis pela Casa dos Roteiristas, uma unidade da Globo destinada à produção colaborativa de séries. Atualmente a casa conta com 12 roteiristas que geram 20 novas ideias de seriado a cada ano, segundo Moura.

Além da busca da autenticidade nacional, o autor também apontou a importância da TV aberta como o território propício para o desenvolvimento de séries e narrativas. “Não há nenhum canal tão abrangente quanto a TV aberta para propiciar a criação de histórias sobre o Brasil. As pessoas anseiam por conhecer elementos do País e por se verem em cena. Fazemos TV aberta sempre acreditando na inteligência das pessoas”, destacou.

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