Monks mapeia os quatro eixos dos fandoms e seus comportamentos
Para entender o funcionamento das comunidades de fãs brasileiros, levantamento ouviu mais de 600 pessoas de todo o País, das classes ABC
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Amanda Schnaider
24 de outubro de 2024 - 10h00
O fã brasileiro investe, em média, R$ 199,41 por mês em produtos/experiências ligados aos seus ídolos.
É o que mostra a pesquisa “A Era dos Fandoms”, realizado pela Monks em parceria com o instituto de estudos culturais e comportamentais Floatvibes.
O valor representa cinco vezes o investimento médio mensal dos brasileiros com cultura, que é de R$ 40, segundo dados do IBGE.
Pesquisa “A Era dos Fandoms” aponta que 38% dos brasileiros se enxergam como fãs de alguma coisa ou pessoa (Crédito: Lauren Elisabeth/Shutterstock)
A pesquisa conclui que quem se declara fã de alguma coisa (38%) e, principalmente, quem exerce ativa e frequentemente sua adoração, tem mais pré-disposição a investir em produtos e serviços que derivam de seu objeto-ídolo.
“É como se os gastos com o objeto-ídolo fossem mais sujeitos a romper inclusive o planejamento financeiro e o autocontrole de muitos fãs”, complementa Fabiano Carvalho, diretor de pesquisa cultural & insights da Monks.
Há quatro principais eixos de mobilização de fãs: esporte, música, audiovisual (filmes e séries) e games, de acordo com o estudo.
Ainda, 53% dos respondentes entendem que o consumo é fundamental na manutenção da dedicação, ou seja, fãs são norteados para e pelo consumo.
“Em tempos tão orientados pelo consumo, a relação entre fãs e seus objetos-ídolo também é profundamente afetada por mentalidade acumuladora, colecionista e, claro, consumista”, pontua Carvalho.
Nesse sentido, 37% acham que a dedicação do fã pode ser medida por quanto dinheiro é gasto no objeto/ídolo.
Além disso, 30% dos fãs compram produtos oficiais de edição limitada pelo menos uma vez por ano.
De fato, a pesquisa constata a valorização do trabalho dos fãs frente aos produtos e conteúdo oficiais.
Ainda, do total, 52% afirmaram que o conteúdo feito por fãs é tão ou mais interessante do que o oficial.
Fora isso, 43% disseram que gostam de consumir produtos e conteúdo feitos por outros fãs.
Ainda, 71% dos fãs brasileiros se entendem como os que têm mais dedicação.
Mesmo que esse forte engajamento leve as pessoas a enfrentaram longas filas, preços exorbitantes, cancelamentos de última hora e noites acampadas em frente aos estádios.
Segundo Carvalho, os fãs brasileiros se acostumam a passar perrengue.
Portanto, isso revela que estão dispostos a muita coisa para demonstrar sua paixão e que há oportunidade para as marcas conquistarem esse público ao criarem ações para minimizarem essas situações.
De fato, 64% dos fãs acham que as marcas deveriam promover experiência livre de perrengues e, além disso, 56% acreditam que as marcas deveriam se preocupar em oferecer algo inédito para os fãs.
Já 36% acham que marcas deveriam focar em detalhes que somente os fãs reconhecem.
“Marcas competem ferozmente por visibilidade e, ao se conectarem com assuntos, objetos e ídolos que já possuem um público dedicado, encontram atalhos poderosos para criar vínculos emocionais autênticos”, diz Carvalho.
Portanto, pesquisar e estudar esses fandoms oferece às marcas compreensão mais profunda, diz o diretor.
Assim, isso permite a criação de conexões genuínas com o público.
A Monks entrevistou 622 pessoas de todo o Brasil, de 16 a 45 anos, das classes ABC, entre homens e mulheres (cis, trans, não-binário) para entender os potenciais dos fandoms.
Ainda, a prévia da pesquisa está disponível aqui e poderá ser adquirida por empresas, que também poderão participar de sprints criativos da Monks.
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