Rio2C expande proposta para música e inovação

Teresa Levin
5 de março de 2018 - 16h29

Um evento que mantém o foco B2B, voltado para a indústria do audiovisual, mas que agora se expande para envolver música e inovação. E, se a programação na maior parte dos dias continua destinada a profissionais do mercado, ela também cresce para alcançar o público final. Com este conceito será realizado entre os dias 3 e 8 de abril o Rio Creative Conference, o Rio2C, evento que nasce como uma ampliação do RioContentMarket (RCM). As novidades do projeto que agora abriga o encontro audiovisual latino-americano que nasceu pelas mãos da Bravi, a associação de produtoras independentes de televisão (antiga ABPI-TV), foram apresentadas em uma coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira, 5, no Rio de Janeiro, com a presença do ministro da cultura Sérgio Sá Leitão e do presidente da Ancine Christian de Castro.

“Muitos podem achar uma loucura expandir o RCM em um momento crítico e complicado até da cidade, mas sou um otimista incurável”, observou Rafael Lazarini, executivo idealizador do Rio2C e detentor do projeto nos próximos dez anos ao abrir a coletiva desta manhã. Para ele, este é um dos melhores momentos da indústria criativa que vem mostrando sua pujança, enquanto outros setores da economia derraparam. Neste cenário, não haveria melhor hora para promover esta mudança no RCM, acredita o executivo.

Dizendo integrar o que chamou de “confraria do copo meio cheio”, o ministro da Cultura também se declarou um otimista e concordou que este é o momento adequado para este salto do RCM. “O PIB brasileiro cresceu 1% em 2017 e a previsão é de que em 2018 este número possa chegar a 3%”, informou, destacando ainda que os indicadores mostram um crescimento sustentável e não apenas um espasmo. “Algo que tende a ter continuidade”, falou. Para Sá Leitão, a indústria audiovisual integra um campo maior que ela, o da economia criativa. “E faltava no nosso panorama de eventos setoriais um que abarcasse o conjunto da economia criativa”, disse.

Consolidado em sete edições, o RCM havia crescido tanto que precisava tomar um novo rumo, defenderam os criadores do evento original. “Estávamos no limite da possibilidade de crescimento do evento quando o Rafael nos procurou propondo um novo caminho maravilhoso, sobretudo com a história de chegar ao público, até para que ele entenda quem somos”, disse Marco Altberg, um dos integrantes da Bravi e presidente da entidade na época em que o RCM foi criado. Carla Esmeralda, que era curadora do RCM e hoje é curadora do Rio2C, lembrou que a missão do evento original sempre foi aproximar pessoas e que a aproximação das áreas no Rio2C trará ainda mais ganhos. “É legal ver todo mundo no RCM fazendo negócio e quero que seja assim. Que o audiovisual ilumine a música neste sentido, que a inovação traga sua inteligência própria para o audiovisual e assim por diante”, disse.

Com uma programação que durará seis dias e envolverá todo o complexo da Cidade das Artes, com sete salas com painéis, o Rio2C será aberto no dia 3 de abril com o Summit by M&M, que contará com a curadoria do Meio & Mensagem. “O RCM já fazia um warm up, mas entendemos que a relação com as marcas é um tema muito importante”, explicou Lazarini. Por conta disso, o primeiro dia do evento será voltado a temas que integram a relação entre marcas e o audiovisual, passando pela música e inovação. “Todos estão tentando entender como é trabalhar para as marcas, demandando muito das agências, pedindo um maior envolvimento com conteúdo”, falou, citando que isso naturalmente gera uma demanda maior de produtores de conteúdo, diretores, etc. “Que, por sua vez, muitas vezes não têm habilidade para lidar com as marcas. Por isso teremos uma programação feita com curadoria do Meio & Mensagem juntando produtores de conteúdo, veículos e executivos de marcas com o objetivo de aprofundar as discussões nesta área”, disse.

O braço do audiovisual do Rio2C terá o triplo de palestrantes internacionais do último RCM e contará com nomes como Bruce Miller, criador da premiada série The Handmaids Tale. O número de players também cresceu: serão 319 nas rodadas de negócios, 60 a mais do que 2017. “Os pitchings também foram expandidos para as áreas de música e inovação”, contou Lazarini. Enquanto na música a ideia é conectar influenciadores, artistas e bandas a empresários e outros, na inovação o objetivo será criar oportunidades e dar visibilidade a startups e profissionais independentes que poderão apresentar suas ideias a especialistas e investidores. A Petrobras, patrocinadora do evento, também contará com um projeto na área de inovação. Com o nome de Maratona Maker Petrobras, ele será uma “jornada pelo conhecimento” em que criadores e programadores da cena Maker poderão inscrever seus projetos focados em ressignificar objetos, subverter seus usos e dar novas funções a eles. Liana Brazil, da SuperUber, é a curadora da área de inovação, enquanto Zé Ricardo está à frente da área de música.

Nos dias 7 e 8, será a vez de o público usufruir do Rio2C que terá uma programação que envolverá o lançamento de séries e shows que representarão oito dos principais festivais da cena de música independente nacional, como o Coquetel Molotov, de Recife, que levará para o palco a cantora Karol Conka. O público também terá acesso a XR Arcade, que envolverá uma área de experimentação de VR, além de estúdios de produção de conteúdo VR; e ainda uma arena e eSports, projeto que está a cargo da Go4it. “Teremos no final de semana o público degustando o que falamos nos quatro dias de conferência”, observou Lazarini.

Toda a programação do Rio Creative Conference será divulgada no dia 12 de março. Nesta mesma data, será aberta a venda de ingressos para o evento voltado ao público final. A produção do Rio2C está a cargo da agência de live marketing V3A.