Vila Sésamo completa 50 anos como modelo multimídia de negócio
No 50º aniversário, a empresa de personagens caricatos construiu rede de projetos sociais para o cuidado infantil
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Renan Honorato
14 de julho de 2023 - 6h10
Criados em 1969, os programas Vila Sésamo foram produzidos pela Children’s Television Workshop, de Nova York, como tentativa de auxiliar o desenvolvimento infantil. Meia década depois, a marca alcança cerca de 150 milhões de crianças em 150 países tanto pelo programa como pelos projetos sociais.
“A América Latina é um mercado importante para a Vila Sésamo globalmente”, comenta Joaquim Del Rivero, vice-presidente da Sesame Workshop na América Latina.
Dentro da macro região, os principais mercados comerciais para Vila Sésamo são México, Colômbia, Chile, Peru e Equador. Com isso, as América Latina representa entre 7% e 9% do market share global da companhia.
“Originalmente, havia esforços conjuntos para desenvolver o conteúdo da Vila Sésamo em vários países latino-americanos, incluindo Brasil e México. Porém, estamos focando principalmente nos conteúdos dos EUA”, explica o executivo sobre os produtos licenciados da marca.
A companhia ainda estuda alternativas para desenvolver licenciados no Brasil. Contudo, a marca já têm presença predominante nos EUA, Canadá, Europa, Austrália, China, Japão e Coréia.
Segundo Del Riveiro, “o ambiente regulatório no Brasil pode ser considerado complexo e extenso” o que acaba dificultando que o comércio local de licenciados seja explorado. “O fato do México ser vizinho dos EUA representa certas vantagens do ponto de vista logístico, de comunicações e de comércio internacional”, ressalta.
Além disso, a Vila Sésamo estuda de modo aprofundado os mercados em que pretende explorar os negócios, sendo a localização e adaptação cultural fatores relevantes. “O cenário ideal seria identificar parceiros locais que nos permitissem aumentar nossa presença e relevância em toda a pirâmide socioeconômica do Brasil. Estamos imersos em um processo contínuo de tentar identificar potenciais parceiros experientes locais que estariam interessados em investir por trás da marca”, comenta.
Ele ainda acrescenta que as redes de infraestrutura e logística no Brasil, como cadeias de transporte e suprimentos, podem estar em desenvolvimento. Porque, segundo ele, o País enfrenta desafios em determinadas regiões, considerando a vastidão do território brasileiro.
A Vila Sésamo abrasileirou os personagens em tal proporção que os telespectadores não sabiam da vinculação da programação original. Na estreia em 1972, na TV Cultura, o característico pássaro amarelo “Garibaldo” era azul, para que o preto e branco na transmissão contrastassem com maior clareza. Em 2007, o programa retornou, após 35 anos de hiato, na TV Globo e, entre 2017 a 2020, a última temporada foi produzida pela TV Cultura.
“Consideramos os nuances culturais e adaptamos a marca e os personagens da Vila Sésamo para ressoar com os consumidores. Isso pode envolver a tradução de conteúdo, incorporação de referências locais e adaptação do design ou embalagem do produto para se alinhar à cultura da região”, explica.
Atualmente, o programa é veiculado pela TV Cultura, YouTube e outras plataformas midiáticas, além de redes sociais, games e aplicativos. “Embora a Vila Sésamo esteja presente há cini décadas no Brasil, as mudanças no ambiente midiático afetaram a notoriedade da marca no País. Anos atrás, bastava ter presença conjunta na TV para ter notoriedade o bastante; atualmente, é de suma importância estar presente nas redes sociais, TV, blogs e atividades sociais e educativas para ter um portfólio amplo que lhe permita ser relevante aos olhos das novas gerações”, complementa.
Com isso, a presença da Vila Sésamo no Brasil acontece por programas sociais e educacionais voltados para comunidades e regiões com problemas estruturais. Atualmente, são quatro projetos: Sonhar, Planejar e Alcançar é uma parceria com MetLife Foundation. O programa já atingiu cerca de 15 milhões de crianças e 150 mil famílias em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Manaus e Salvador.
“Nós identificamos, ao trabalhar nas comunidades mais vulneráveis, que alcançar sonhos eram projetos que precisavam ser construídos em bases comunitárias. Ou seja, na articulação entre escolas, famílias e comunidade”, comenta Júlia Tomchinsky, diretora de educação da Vila Sésamo na América Latina.
O programa Vamos Brincar acontece em parceria com a Fundação FEMSA, Fuster e Instituto Unimed. Em meados de 2018, a marca começou a identificar que era preciso trazer para famílias conhecimentos sobre saúde e bem-estar. Além disso, Pequenas Aventureiras focaliza as crianças em idade pré-escolar focando no aprendizado em ciências e tecnologias. Essa ação acontece com patrocínio da FTD e Grupo Sotreq. Por fim, Olá Sesamo acontece regionalmente no norte do País para famílias em migração e deslocamento forçado. “Como somos uma organização que tem a mídia como veículo essencial de entrega de conteúdos para crianças, educadores e famílias, temos uma preocupação muito grande de qualificar esse tempo que as crianças ficam expostas à tela com materiais educativos, divertidos e que permitam expandir o aprendizado para experiências cotidianas”, finaliza Júlia.
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