O varejo frente a desafios políticos e econômicos
Marcas precisam entender com bastante profundidade o interesse e as expectativas de seu público de interesse
Marcas precisam entender com bastante profundidade o interesse e as expectativas de seu público de interesse
16 de janeiro de 2023 - 8h35
No primeiro dia do Retail’s Big Show 2023, promovido pela NRF há mais de 100 anos, a tônica girou em torno do desafiador cenário político e econômico que o mundo atravessa.
Alta da inflação, conflitos bélicos, quebra da cadeia produtiva, escassez de mão de obra, foram alguns dos problemas apontados pelas principais lideranças varejistas dos Estados Unidos neste domingo. O impacto em todos os setores da economia é grande e visível. No varejo não seria diferente. Muitas redes enfrentam desabastecimento de produtos, horários reduzidos por falta de pessoal, problemas logísticos e queda na qualidade dos serviços.
Todo o esforço está voltado para a manutenção dos negócios, a sustentação das bases de clientes e a garantia de lucratividade, cada vez mais em queda.
A eficiência operacional, tão discutida nos últimos anos volta em 2023 como principal asset para que as empresas possam enfrentar os próximos anos de esperada recessão (a expectativa já é de recessão em muitos países ainda este ano).
A tecnologia é uma grande ferramenta para atingir essas metas de eficiência e a área de exposição do evento prova isso. São centenas de soluções para toda a cadeia produtiva. Os famosos “penduricalhos” tecnológicos ficam em segundo plano, pois os investimentos das empresas estão centrados em resolver questões básicas como integração de canais, estoques que se comunicam, eficiência logística (incluindo o famoso last mile), gestão de equipes e CRM.
No campo do produto, os novos tempos têm despertado nos consumidores a necessidade de banir o descartável do dia a dia. Os famosos produtos com vida útil curta para estragar estão com os dias contados. A economia circular vem crescendo é torna-se um pilar importante na economia doméstica de muitas famílias. Muitas marcas têm investido em itens de segunda mão para fidelizar seus clientes e aumentar sua base de atuação. Aquilo que começou como um modismo há alguns anos, agora vira ponto central para novas estratégias de negócios.
Soluções engenhosas ganham as lojas oferecendo uma maior longevidade a produtos comuns como tênis e cadeirões de bebê. Tudo tem que valer o dinheiro do consumidor.
Outro movimento é o resgate cada vez maior do artesanal como novo luxo. A indulgência não está na ostentação, mas na valorização dos momentos e bens que são construídos em torno de valores fortes, significado profundo e relevância acima da média. Em contraponto ao público que busca por preços mais acessíveis à nova realidade, existe um crescente interesse pelas experiências que se destaquem do óbvio oferecido pela maioria das marcas. Customização continua sendo um forte elemento diferenciador para muitas empresas que buscam nos momentos pessoais, de olho no olho, cativar os cada vez mais indecisos e ansiosos consumidores. E sobre o preço? Bem, aí o céu é o limite.
Isso prova a dicotomia do consumo e como as marcas precisam entender com bastante profundidade sobre seu público de interesse e suas expectativas. Sem isso, fica na tentativa e erro.
Ao longo da semana, vem mais conteúdo da NRF. Fique ligado.
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