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Opinião

Admirável mundo novo

Num momento em que precisamos de alternativas para nossos negócios, as rádios online e o aumento no uso dos aplicativos de streaming acenam com um novo campo muito amplo de atuação e de criação para as produtoras de som


5 de julho de 2017 - 10h43

O rádio pode ser considerado um sobrevivente. Isso porque, criado em 1896, esse meio de comunicação teve seu fim decretado pela primeira vez apenas 40 anos depois de seu nascimento, no momento em que foi realizada a primeira transmissão regular de TV. A partir daí, ao longo de seus 121 anos, o rádio viu sua existência ameaçada “constantemente”. E segue vivo, resistindo. Isso porque, assim como aquilo que consegue se manter na natureza, o rádio passou por constantes evoluções, sejam elas de linguagem ou tecnológicas, como a adoção do gravador magnético ou o rádio FM.

Mais recentemente, assim como a TV – que depois do advento da Internet também começou a ser desenganada pelos mais céticos –, o rádio teve que lidar com a chegada do digital. E essa inovação tecnológica fez muito bem para esse meio de comunicação centenário e necessário. Em um mundo movido por smartphones, a transição para o digital torna possível que o ouvinte tenha acesso a conteúdos de emissoras do mundo todo. As transmissões via streaming fazem com que as pessoas se relacionem com esses conteúdos de maneira completamente nova.

Foto: Reprodução

E isso traz uma tremenda oportunidade para quem atua nessa área. Num momento em que precisamos de alternativas para nossos negócios, as rádios online e o aumento no uso dos aplicativos de streaming acenam com um novo campo muito amplo de atuação e de criação para as produtoras de som. Se o consumidor se relaciona de forma diferente com aquele veículo de comunicação, consequentemente se relaciona de outra maneira com seus conteúdos e com a publicidade relacionada a esse meio.

O digital traz uma liberdade muito maior ao usuário com relação às propagandas veiculadas tanto na TV quanto no rádio. E isso traz possibilidades infinitas para as produtoras de som. Porque, apesar do bom e velho spot ter mudado de cara, aplicativos de streaming ainda comportam conteúdo comercial, principalmente as versões gratuitas. E as agências já estão atentas a isso. Prova é que a demanda por esse tipo de material junto às produtoras tem crescido, principalmente do ano passado pra cá.

Isso acena com a possibilidade para que as produtoras de som retomem a criação de spots, o que possibilita a reconexão com o meio rádio, local de origem de seu negócio. O motivo é o fato das agências também terem voltado a criar para o rádio. Nas últimas décadas, essa lógica havia mudado um pouco, já que, com o aumento do peso das campanhas para TV nos budgets e nas estratégias dos clientes, as produtoras de som voltaram seu foco para trilhas sonoras e sound designer.

Ver a tecnologia como oportunidade é pensar na sustentabilidade do negócio. E a melhor parte, pelo menos no que diz respeito a produção de som, é que, ao olharmos para o futuro podemos vislumbrar o mesmo estímulo que tínhamos no passado, quando o meio rádio, ainda jovem acenava com um mundo de possibilidades. Quando se tem um mundo para construir, podemos deixar a criatividade fluir. E essa é a melhor parte desse nosso trabalho.

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