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Opinião

Afinal, a IA vai superar o trabalho humano?

Precisaremos nos adaptar e construir um caminho para o futuro em que o bem-estar humano e a responsabilidade social sejam priorizados em meio ao desenvolvimento tecnológico


4 de setembro de 2023 - 10h00

A inteligência artificial (IA) foi e ainda é um dos assuntos do momento em 2023. A evolução foi notável. O advento de tecnologias como o ChatGPT nos deu a sensação de que um mundo com máquinas capazes de realizar tarefas que antes eram exclusivamente humanas está mais próximo do que nunca. E, de fato, notícias sobre o surgimento de novas ferramentas de IA aparecem semanalmente.

Junto com esse movimento, surgem incertezas a respeito do nosso futuro e qual impacto essa tecnologia terá nas nossas vidas. Quando pensamos no mercado de trabalho, o cenário parece assustador. Aliás, o livro “Meu Emprego Sumiu”, do especialista no tema, Fernando Barra, discorre sobre isso. Afinal, será possível competir por um posto de trabalho com máquinas inteligentes? A resposta para essa pergunta ainda é incerta, mas fato é que grandes mudanças estão por vir na maneira como vivemos nossas carreiras, sejam elas positivas ou negativas.

Sob uma perspectiva positiva, a inteligência artificial representa um grande avanço. Dependendo de como a tecnologia evoluir, poderemos contar com melhorias em inúmeras áreas, como medicina e educação. Além disso, ela poderá ser utilizada para a realização de tarefas complexas, repetitivas ou que ofereçam riscos à vida dos trabalhadores.

No entanto, assim como os humanos, a IA também tem seus limites. O primeiro deles é a falta de capacidade na tomada de decisões. As máquinas ainda não possuem a capacidade de entender o elemento humano, tampouco mimetizá-lo, e, por isso, não conseguiriam fazer escolhas éticas e morais. Isso significa que a liderança humana segue insubstituível.

Outro ponto em que a IA não conseguirá superar o trabalho humano é nas competências socioemocionais. Essas habilidades, também conhecidas como soft skills, consistem na capacidade de comunicação, colaboração e resolução de problemas, e em ter criatividade e inteligência emocional. Elas são fundamentais nas nossas relações sociais e também são aplicadas em inúmeras situações no trabalho todos os dias. Hoje, se deve pensar na IA como complemento à atividade humana — sem substituição, portanto.

Se compreender as emoções humanas às vezes é difícil até para as pessoas, o desafio é ainda maior para as máquinas. Isso porque os diferentes tipos de inteligência artificial são projetados para processar informações em modelos e padrões matemáticos, não tendo acesso a sentimentos pessoais ou experiências individuais que os permitam compreender o outro como os humanos fazem.

Tendo em vista as limitações e os avanços da IA, podemos afirmar que o cenário não é tão dramático assim. Precisaremos nos adaptar e construir um caminho para o futuro em que o bem-estar humano e a responsabilidade social sejam priorizados em meio ao desenvolvimento tecnológico.

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