Tudo é marketing em Cannes, e o Brasil brilhou como nunca
Para além da sétima arte, o espetáculo foi conduzido por estratégia — de marca, de imagem e de influência
Tudo é marketing em Cannes, e o Brasil brilhou como nunca
BuscarTudo é marketing em Cannes, e o Brasil brilhou como nunca
BuscarPara além da sétima arte, o espetáculo foi conduzido por estratégia — de marca, de imagem e de influência
Cannes, maio de 2025. O céu azul da Riviera Francesa, os flashes que nunca cessam, e uma certeza: o cinema pode até ser a estrela, mas o marketing é o verdadeiro diretor por trás das câmeras.
Este ano, o Brasil foi o País de Honra do Marché du Film, o maior mercado audiovisual do mundo — um feito, celebrado com entusiasmo.
O Brasil ocupou o centro da roda, com mais de 400 profissionais, estandes lotados, encontros de cúpula e uma seleção de filmes que arrebatou o público.
Mas, para além da arte, foi a estratégia — de marca, de imagem, de influência — que conduziu o espetáculo.
Dentro do Palais, o cheiro era de café — e de branding perfeito. A Nespresso, com seu espaço sofisticado dentro do próprio Marché du Film, oferecia cafés gratuitos aos convidados — porque o valor ali não se media em euros, mas em alcance, em conexões.
Presenças ilustres, executivos, produtores, todos faziam fila não só pela bebida, mas pelo backdrop da marca. Cada selfie ali era uma peça de publicidade orgânica disparada para o mundo. Uma xícara. Uma foto. Um impacto global.
Os países promovem seus catálogos como bandeiras diplomáticas.
Os produtores exibem seus trailers, mas também sua visão de mundo.
Os diretores defendem suas obras com o fervor de quem vende ideias, enquanto os artistas distribuem carisma como moeda de influência. E os empresários brasileiros — muitos pela primeira vez no festival — mostraram que sabem jogar esse jogo.
E o Brasil marcou território com estilo. Uma programação paralela estratégica, encontros com players internacionais, exibição de filmes em múltiplas seções (de Kleber Mendonça Filho na Competição Oficial à diversidade dos curtas e documentários em mostras alternativas), além de estandes e ativações de marcas brasileiras no Village International.
A mensagem era clara: temos talento, temos mercado e temos o que o mundo procura.
A presença de marcas como a Nespresso não se improvisa. Envolve negociações jurídicas robustas: licenciamento de imagem, uso de espaço público, contratos de patrocínio, autorizações locais.
A Cannes do marketing é, silenciosamente, regida por advogados atentos, cláusulas de exclusividade e acordos de confidencialidade.
No Marché du Film, onde milhões de euros trocam de mãos, o jurídico é o verdadeiro alicerce do glamour.
Mostrou que sabe contar histórias, sim — mas também construir narrativas de marca.
E isso vale para filmes, para países, para pessoas. Em Cannes, até o silêncio tem intenção.
Até o brinde tem branding.
O Brasil foi protagonista, e provou que está pronto para ser mais que promessa: está pronto para ser potência. No cinema, nos negócios, na cultura e no marketing.
Compartilhe
Veja também