Desafios da comunicação em saúde
Informação responsável como caminho para confiança, acolhimento e transformação de vidas
Comunicar em saúde é, antes de tudo, cuidar. É transformar informação em acolhimento, dados em decisões conscientes, campanhas em pontes reais entre pessoas e possibilidades de uma vida melhor.
Em um setor que lida com fragilidades, escolhas difíceis e momentos decisivos, a comunicação tem um papel que vai muito além da construção de reputação ou fortalecimento de marca. Ela educa, aproxima, orienta. E, quando bem-feita, também emociona.
Hoje, em meio a um volume crescente de conteúdos e à ameaça constante da desinformação, comunicar com responsabilidade se tornou urgente. A Organização Mundial da Saúde1 já reconheceu a desinformação como uma das cinco maiores ameaças à saúde global, reforçando o papel das marcas também como agentes de educação e conscientização.
Mas não se trata apenas de corrigir informações erradas. Trata-se de falar com clareza, com empatia e com verdade. De abrir espaço para conversas relevantes, traduzir o complexo em algo compreensível e mostrar, com sensibilidade, que por trás de cada tema de saúde existe uma pessoa que sente, teme, busca e escolhe.
Um estudo da McKinsey2 reforça essa premissa, ao revelar que pacientes satisfeitos são 28% menos propensos a trocar de prestador de serviços. No setor da saúde, esse vínculo é ainda mais potente, pois ele nasce da confiança em momentos de vulnerabilidade. E confiança, aqui, não se compra: se constrói.
Por isso, a comunicação em saúde não pode se limitar à lógica da visibilidade. É necessário que faça sentido para quem vive a realidade do setor todos os dias: pacientes, familiares e profissionais. Mais do que tudo, precisa informar sem assustar, emocionar sem manipular, inspirar sem perder a precisão.
Para mim, há algo de profundamente humano em uma comunicação que conecta. No contexto da saúde, essa conexão só é plena quando vem acompanhada de segurança e transparência. Não se trata apenas de contar boas histórias — trata-se de sustentá-las com fatos, indicadores e acreditações reconhecidas, que atestam a excelência clínica e dão ao paciente uma confiança sólida, baseada em evidências.
Esse é o desafio — e também o privilégio — de quem trabalha com comunicação em saúde: criar vínculos genuínos, ampliar o acesso, humanizar cada etapa da jornada. E lembrar, todos os dias, que por trás de cada número, cada campanha e cada estratégia, existe uma vida real, que pode ser transformada pelo cuidado.