Sim, o Brasil também é o país do futebol americano
A modalidade é parte do repertório cultural da nova geração e de marcas interessadas em plataformas consistentes
No ano passado, a NFL – liga profissional de futebol americano dos Estados Unidos e uma das maiores potências esportivas do planeta – realizou seu primeiro jogo oficial no Brasil.
A gente sabia que seria especial, mas talvez não tenhamos previsto a intensidade com que o público brasileiro abraçaria o espetáculo.
Os ingressos esgotaram em menos de duas horas. As redes sociais fervilharam com conteúdo em tempo real; influenciadores, marcas e fãs celebraram cada detalhe. E a experiência dentro e fora de campo foi de arrepiar.
Eu estava lá e posso atestar: a Arena Corinthians se transformou em um verdadeiro campo de futebol americano!
Aquele foi o sinal definitivo de que o Brasil está pronto. Pronto para receber, pra viver, pra entregar e pra consumir.
Somos hoje o terceiro maior mercado de consumo de futebol americano no mundo, e o segundo fora dos Estados Unidos. Um dado que confirma o que muitos já sentem nas arquibancadas, nas casas, nos bares e nas redes sociais. É… A NFL está no coração do público brasileiro.
Um ano depois, essa história não só continua, como cresce. No dia 5 de setembro, a NFL volta a São Paulo.
E o mais legal de fazer parte disso tudo é ver o espetáculo tomando forma nos bastidores: as ativações, a hospitalidade para receber quem vem de longe, o planejamento que começa muitos meses antes, a operação gigantesca que faz tudo acontecer.
Porque sabemos que o jogo não começa no apito inicial, né? Ele começa muito antes, na maneira como fãs e marcas são convidados a participar. E, de novo, participar é algo que o brasileiro sabe fazer como poucos.
O envolvimento do público se traduz em engajamento, lealdade e, acima de tudo, identidade. O torcedor prova que não é um mero espectador: participa, aprende, comenta, compartilha, vibra.
Ele veste a camisa mesmo sem ter jogado o jogo. Ele vive a experiência. E é aí que o futebol americano ganha espaço de verdade, ao se tornar uma plataforma de entretenimento, estratégia e pertencimento.
Não teremos bola no pé, gol de placa ou pedaladas. Mas teremos touchdowns, field goals e jogadas de parar o coração, acompanhadas por um público que entende — e sente — cada lance.
O futebol americano passou a fazer parte do repertório cultural de uma nova geração de brasileiros. Não temos touchdowns nas escolas ou faculdades. Mas temos uma comunidade fiel, conectada, apaixonada. Gente que vira a madrugada no Super Bowl! Que consome conteúdo, que discute tática, que torce de verdade e que está de olho na nova geração, como o brasileiro Davi Belfort, que vem fazendo história e deixando a sua marca no college football.
Ao lado disso tudo, temos marcas cada vez mais interessadas em construir plataformas consistentes. Anunciantes que não querem só aparecer no evento, mas criar experiências de verdade, com entrega, criatividade e relevância. Esse movimento é reflexo de um mercado mais maduro — e de um ecossistema que tem capacidade de executar com excelência.
Tenho certeza de que, quando comecei a falar sobre marcas, algumas já passaram pela sua cabeça. O brasileiro hoje reconhece quais marcas têm a ver com cada modalidade — no futebol, no automobilismo, no futebol americano. Isso é resultado de estratégia, consistência e conexão cultural. Dentro de um universo de marcas de cervejas, você sabe qual tem a ver com futebol americano. Quando falamos de bancos e investimentos, também. E por aí vai.
Este é um sinal de que os fãs estão preparados, as marcas estão despertas e que há potência comercial, cultural e emocional no esporte como plataforma. E de que existe um novo território criativo se consolidando por aqui.
Então, sim, é oficial: o Brasil também é o país do football.
E essa história ainda está só no primeiro quarter.