Performance começa antes de apertar “play”
Será que estamos, de fato, impactando e engajando alguém?
No Brasil, a previsão de investimento publicitário digital em 2025 ultrapassa R$ 40 bilhões, segundo dados do IAB Brasil. Estamos vivendo um momento de aceleração na pulverização de canais, influenciadores e formatos, o que nos leva a crer que estamos atingindo cada vez mais pessoas. Mas será que estamos, de fato, impactando e engajando alguém?
O relatório Nielsen Brand Lift, publicado em 2023, mostra que a lembrança é, hoje, o principal motor de crescimento em campanhas de mídia, respondendo por 38,7% da elevação da marca em canais digitais emergentes. Isso acende um alerta: não se trata de quanto se investe, e sim do que se comunica e de como fazemos sinapses para criar novas narrativas.
A eficácia da mídia depende do conteúdo que ela carrega. E, em tempos de algoritmos imprevisíveis e excesso de estímulos, relevância passou a ser mais importante do que volume.
Por muito tempo, performance foi tratada como sinônimo de mídia paga. KPIs como ROAS, CPC e cliques viraram o norte das decisões, como se fossem um fim em si mesmos. Mas, quando olhamos com mais profundidade e sensibilidade, percebemos que essas métricas não constroem vínculo.
Performance não começa com o botão “impulsionar”. Começa muito antes. Nasce da escuta, da análise cultural, da interpretação de dados, não apenas como números, mas como pistas e jornadas de comportamento. Performance é uma decisão estratégica: é escolher onde estar, como se posicionar e qual conversa se quer liderar. É perceber que, antes de olhar para a régua de métricas, é preciso olhar para as pessoas.
A jornada do consumidor virou um labirinto de microdecisões. Cada clique, cada deslize de tela, cada comentário é uma escolha que o público faz sobre o que e quem merece atenção. Nesse cenário, um post pode acumular cem mil visualizações e ainda assim ser irrelevante.
Por outro lado, uma peça certeira, com investimento modesto, pode gerar enorme valor de marca quando se conecta com a verdade, um propósito, um contexto. É o que diferencia campanhas que apenas passam pelo feed daquelas que ficam na memória coletiva. A propaganda, quando bem executada, não interrompe: faz parte da conversa, responde a uma necessidade cultural e, muitas vezes, antecipa movimentos sociais.
Performance é sobre presença qualificada. É sobre transformar mídia em linguagem, tráfego em relação e números em significado. É sobre ter coragem de fazer menos, com mais intenção. É assumir que nem toda mensagem precisa existir, e que às vezes o silêncio estratégico também comunica. As marcas que entendem isso saem do ruído e ocupam espaço no imaginário.
Na era em que o conteúdo é constantemente impulsionado, o verdadeiro diferencial está em justificar por que cada mensagem existe, e não apenas como é distribuída. A mídia, por si, não entrega valor sozinha. O que realmente performa é a estratégia de distribuição somada à mensagem: o que a marca escolhe comunicar, com quem, de que forma e por quê. Quando o discurso deixa de ser apenas uma disputa por impressões e passa a ser
um convite para conexão, ele encontra sua verdadeira medida de performance: a capacidade de ser lembrado, compartilhado e, principalmente, de gerar sentido.
Por isso, o equilíbrio e mash up entre as disciplinas de uma agência digital é fundamental para desenvolver boas estratégias para nossos clientes, impulsionando seu resultado e criando valor para sua marca.