Brilhar em oceanos vermelhos
Saiba quais são as estratégias mais assertivas para marcas em mercados saturados
No atual cenário de negócios, muitos setores já amadureceram a ponto de se tornarem verdadeiros “oceanos vermelhos” — ambientes marcados por alta competitividade, saturação de oferta e uma constante luta por atenção e preferência do consumidor. Para marcas que atuam nesse contexto, diferenciar-se não é apenas um desafio: é uma questão de sobrevivência.
Em uma participação minha em evento que reuniu profissionais de marketing, ao lado de Estevão Paiva, da Supergasbras, e Renato Winnig, da Aramis, esse tema foi amplamente discutido em um painel que abordou como as marcas podem não apenas sobreviver, mas prosperar em mercados maduros. Cinco abordagens estratégicas se destacaram como pilares para essa jornada de diferenciação.
A primeira delas é a importância de um posicionamento claro. Em ambientes supercompetitivos, a clareza do posicionamento é o primeiro passo para construir valor. Uma marca sem uma proposta de valor bem definida perde sua capacidade de comunicar diferenciais e se dilui no mar de opções. Posicionar-se com nitidez é criar um norte estratégico, alinhar discurso e prática e garantir que cada ponto de contato reforce a identidade da marca.
Além disso, torna-se essencial trabalhar a presenteabilidade. Mais do que ser funcional ou acessível, a marca precisa ser desejável. Marcas “presenteáveis” assumem um lugar de destaque no imaginário do consumidor. Elas transcendem a utilidade e passam a ocupar um espaço afetivo, tornando-se presentes em momentos simbólicos e experiências significativas. Isso gera valor emocional e contribui diretamente para a construção de lealdade.
Quando o produto por si só já não basta, como em mercados de commodities, a experiência passa a ser o verdadeiro diferencial competitivo. Cada interação deve ser desenhada com intenção estratégica: desde o ambiente da loja até o tom do conteúdo digital, tudo precisa dialogar com a proposta de valor da marca.
A experiência não é suporte: é o próprio produto. Marcas que compreendem esse princípio investem em narrativas consistentes. Cada item ofertado conta uma história, expressa uma atitude e desperta desejo. A jornada do cliente é cuidadosamente orquestrada para ser fluida, humana e marcante, o que exige inteligência operacional, sensibilidade criativa e uma compreensão profunda da cultura em que a marca está inserida.
Nesse processo, é indispensável provocar reflexões sobre o papel da marca na sociedade contemporânea, abordando valores humanos e contribuindo para transformações sociais significativas. Quando a marca se conecta com esses temas, ela se insere na cultura — e marcas que fazem parte da cultura têm muito mais longevidade e relevância.
A excelência no atendimento e a humanização da marca são forças poderosas. A diferenciação não vem, necessariamente, da inovação disruptiva, mas da atenção ao detalhe, da coerência estratégica e da capacidade de formar líderes que entendam profundamente essas dinâmicas.
Esse olhar estratégico se completa com um compromisso maior: apoiar e promover a formação profissional. Desenvolver profissionais capazes de navegar com competência por cenários complexos é essencial. A educação se apresenta como um vetor crucial para transformar negócios, gerar valor e criar diferenciação em ambientes competitivos.
No oceano vermelho, apenas marcas com direção clara conseguem seguir à frente. As demais, inevitavelmente, afundam.