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Opinião

Como Foremski já dizia: toda empresa será uma empresa de mídia

O conteúdo proprietário não é apenas um acessório na estratégia de marketing; é a espinha dorsal que sustenta todo o ecossistema


24 de janeiro de 2024 - 6h00

No cenário da atual economia da atenção, uma verdade é inegável: todas as empresas estão destinadas a se tornarem, em essência, empresas de mídia. Essa frase, dita há cerca de 20 anos pelo jornalista norte-americano Tom Foremski, já previa como a revolução digital não apenas redefiniria a forma como os consumidores se conectam às marcas, como também demandaria uma metamorfose nas estratégias de marketing. Hoje, temos o que podemos chamar de “marca publisher”, conceito que destaca a importância de as empresas se posicionarem como criadoras de conteúdo para estabelecer conexões mais profundas e duradouras com suas audiências.

A atenção das pessoas está cada vez mais fragmentada, com inúmeras distrações competindo pela sua atenção. Diante desse desafio, a construção de relacionamentos sólidos com o público é cada vez mais crucial. O conteúdo passa a desempenhar um papel central, servindo não apenas como veículo de informação, mas como uma ferramenta estratégica para construir afinidade e lealdade.

A aquisição do canal Jovem Nerd pela Magazine Luiza (Magalu) é um exemplo perfeito dessa transformação. Ao adquirir uma plataforma de conteúdo consolidada, a Magalu não apenas ampliou sua presença digital, como também fortaleceu sua posição como uma marca envolvente. O Jovem Nerd, conhecido por seu conteúdo geek e comunidade engajada, passou a ser um braço estratégico na construção de um novo canal de relacionamento para a Magalu, indo além do simples comércio e ainda mantendo o consumidor dentro do seu ecossistema, o que é um passo na solução do problema de foco da audiência.

O conteúdo proprietário não é apenas um acessório na estratégia de marketing; é a espinha dorsal que sustenta todo o ecossistema. Ao criar e distribuir conteúdo exclusivo e valioso, as marcas não apenas capturam a atenção, mas também moldam a percepção do público, estabelecendo-se como autoridades em seus respectivos nichos. Isso vale tanto para empresas que atuam com B2C quanto para o B2B.

E não é só de conteúdo proprietário que se trata. À medida que as mídias sociais já consolidadas (Facebook, Instagram e Youtube, principalmente) enfrentam desafios de entrega do mar de conteúdo que recebem diariamente, as empresas estão voltando sua atenção também para canais proprietários, com as newsletters assumindo um papel de destaque. A aposta se justifica porque estes canais oferecem um espaço controlado e direto para interagir com a audiência, permitindo uma comunicação mais íntima e personalizada.

Em um mundo saturado de mensagens de marketing, a construção de relacionamentos autênticos com o público é o caminho para levar a empresa a outro patamar de relacionamento e retenção de clientes. As empresas que entenderem a estratégia essencial para navegar nesse novo paradigma (ser uma marca publisher, investir em plataformas proprietárias, como newsletters, e adotar uma abordagem centrada no conteúdo proprietário) irão sair na frente na fidelização da audiência. A convergência entre comércio e conteúdo pode ser a fórmula vencedora para as companhias que entenderem que não se trata mais apenas de vender produtos, mas de construir comunidades duradouras.

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