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Opinião

COP30: o futuro não vai esperar por novembro

A presença relevante na COP30 será construída muito antes de novembro. O momento de se posicionar com escuta, consistência e visão de futuro é agora


28 de maio de 2025 - 6h00

Em novembro, o Brasil sediará, pela primeira vez, a Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. A COP30, que será realizada em Belém, na Amazônia, não será apenas mais uma edição do evento global: ela carrega consigo o simbolismo de uma década desde o Acordo de Paris, a urgência do colapso climático e a responsabilidade de um país que volta a ocupar espaço de liderança na agenda ambiental internacional.

Mas há algo que precisa ser dito com mais clareza: a COP30 não começa em novembro. A construção do seu impacto — político, simbólico e prático — já está em curso. E a forma como empresas, governos, organizações e sociedade civil se posicionarem nos meses anteriores à conferência será tão determinante quanto o que será anunciado durante os dias oficiais do evento.

Ao longo de 2025, teremos uma sucessão de encontros, pactos e manifestações em torno da crise climática e do papel da Amazônia no reequilíbrio do planeta. Um deles acontece já em junho: o TEDx Amazônia, que será realizado entre os dias 6 e 8 de junho, também em Belém. O evento reunirá lideranças indígenas, cientistas, artistas, empreendedores e jovens do território para compartilhar ideias e provocar diálogos necessários. Trata-se de um espaço potente de escuta e conexão, em um momento em que o mundo olha para a floresta em busca de respostas.

Esse tipo de iniciativa aponta um caminho: estar na COP é, antes de tudo, estar disposto a aprender, a se transformar e a contribuir de maneira legítima. O ano da COP é um convite à coerência. E isso vale especialmente para as empresas.

O tempo da comunicação corporativa tradicional, baseada em anúncios publicitários ou discursos de ocasião, ficou para trás. Em um mundo hiperconectado e cada vez mais atento à consistência entre discurso e prática, as marcas que quiserem participar da COP30 com relevância precisarão construir essa presença com antecedência, com escuta e com profundidade. Mais do que isso, precisam deixar clara qual sua contribuição para o debate e o que será feito de prático para isso.

Isso significa olhar para dentro — e não apenas para fora. Significa formar suas lideranças, dialogar com seus públicos, e criar planos de ação para enfrentar os desafios climáticos que se impõe. É preciso assumir compromissos que dialoguem com os desafios reais do nosso tempo. O que está em jogo na COP30 não é apenas visibilidade, mas contribuição legítima para um dos debates mais importantes da nossa geração.

A floresta, afinal, não é palco. É protagonista do único futuro viável: a preservação. Sem florestas, não tem economia – simplesmente, não existem empresas.

O Brasil tem, diante de si, a oportunidade de mostrar ao mundo que desenvolvimento e justiça climática não são opostos — e que é possível construir um novo modelo de progresso, ancorado em biodiversidade, inovação social e responsabilidade histórica. O setor privado tem um papel fundamental nesta discussão.

Para que essa oportunidade não seja perdida, é preciso começar agora.

Porque o futuro não vai esperar por novembro.

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