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Opinião

Estratégia de colaboração

É preciso praticar o desapego e estar disposto a desaprender sempre para poder seguir em frente e se tornar um mídia melhor


18 de junho de 2019 - 16h12

(Crédito: Jacoblund/iStock)

Ser planejado, organizado e curioso não são mais qualidades suficientes para um bom profissional de mídia. Ser apaixonado pelos desafios dessa profissão que nos desafia todos os dias, tampouco. Antes de mais nada, é preciso praticar o desapego e estar disposto a desaprender sempre para poder seguir em frente e se tornar um mídia melhor.

Diante de um cenário com tantas incertezas e constantes mudanças em praticamente todas as áreas e profissões no mundo, uma pergunta reverbera diariamente nas agências: qual será o real papel do profissional de mídia? Seguimos em busca da resposta e, pelo visto, tão cedo não a encontraremos. Afinal, o combo TV, rádio, revista, jornal e outdoor foi ampliado com o digital e infinitas possibilidades surgiram na última década e continuam a surgir numa velocidade arrebatadora.

E isso se deve ao desenvolvimento tecnológico, que transforma a sociedade toda, tanto para o bem quanto para o mal. A tecnologia vem ganhando não somente voz, como também visão. O lado bom dessa revolução midiática é o extenso e diversificado cardápio que nos é apresentado. O celular se tornou uma extensão do nosso corpo e isso vem mudando completamente a relação com as experiências do nosso dia a dia, gerando novas oportunidades de uso dos produtos, relações com as marcas e pontos de contato. Isso aumenta exponencialmente as chances de criarmos cada vez mais uma comunicação mais rica, precisa e eficaz. Em contrapartida, viramos reféns de gadgets que se acoplam ao nosso corpo e por facilitarem nossa rotina, vamos nos fechando em bolhas claustrofóbicas.

Todas essas mudanças geraram questões vitais para o marketing das empresas e agências parceiras que se viram obrigadas a desenvolverem suas estratégias, antes focadas em business first, para mobile first e agora consumer first.

Isso criou uma nova série de desafios ao profissional de mídia. Hoje, os meios coexistem e, por mais óbvio que seja, é importante lembrarmos que o consumidor é sempre o mesmo, seja no ambiente online quanto no offline. Além disso, as mídias fragmentadas dificultam qualquer tipo de análise mais profunda e os dados – moeda mais valiosa nessa relação – podem nos levar para o lado errado se não tivermos uma estratégia e KPIs claros.

Assim, vivemos um momento de disruptura que não acabará tão cedo e isso torna o mundo muito mais complexo, com muita informação e distração. Como reter a atenção do consumidor por mais de 15 segundos é a pergunta que não quer se calar. A imensa oferta de telas e meios ao mesmo tempo que seduz o profissional de mídia também pode ser seu grande inimigo. Onde estar? Em qual delas apostar? Por essa razão, precisamos simplificar e sermos consistentes na comunicação e na distribuição de canais.

E é por conta de tudo isso que o modelo de trabalho que adote a sinergia entre mídia, planejamento, insights, BI (Business Intelligence) e performance é eficiente. Quando essas áreas atuam de uma forma complementar, transversal e totalmente fluída, os resultados para os clientes podem ser surpreendentes, apesar do desafio da integração entre as disciplinas.

Dessa forma, um profissional de mídia que tenha um pensamento mais abrangente ao ponto de considerar uma estratégia de comunicação, de mídia e de negócios relevante e consistente para uma jornada do consumidor cada vez mais curta e complexa – e não só pautada por uma visão única, míope e departamentalizada –, será aquele que terá sucesso daqui em diante. Longe de prever o futuro da mídia, ainda mais em um cenário mutante como o que vivemos! Mas o futuro da profissão do mídia será pautado por uma estratégia de colaboração. E para que essa nova cultura se torne real, o mindset dos profissionais precisa mudar de fixo para flexível em toda a cadeia da comunicação.

*Crédito da imagem no topo: Slavemotion/iStock

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