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Ambiente das martechs aponta caminhos para a indústria, mostra maturidade das startups e atrai gigantes interessados em acelerar a transformação digital e cultural


13 de setembro de 2022 - 14h00

(Crédito: Panchenko Vladimir/shutterstock)

No decorrer da história, à medida que a interação entre homem e máquina evoluiu, proporcionou melhoras significativas ao dia a dia das pessoas, que ficou muito mais confortável, e das empresas, que ganharam escala e produtividade. Entretanto, há dúvidas recorrentes. A máquina alivia ou estressa a saúde mental no ambiente de trabalho? Ameaça ou abre novos campos para a empregabilidade? Evidentemente, a resposta varia dependendo do estágio de adesão às transformações de cada indivíduo ou corporação.

Em muitos casos, o avanço da tecnologia ajuda a multiplicar ferramentas, simplifica fluxos de trabalho, estimula novas ideias, facilita processos, aumenta a eficácia das estratégias e contribui com a geração de melhores resultados para as marcas. Nas últimas décadas, muitos desses ganhos abriram mercado para startups que nasceram apoiadas pelo casamento do marketing com a tecnologia.

O ambiente das martechs encabeça a transformação digital na indústria de comunicação, marketing e mídia. E, por isso, ganha investimentos e atenção das emresas já estabelecidas. Alguns negócios fechados no ano passado demonstram a atratividade entre os dois polos e a corrida de gigantes atraídas pelo farol das startups. A Totvs, com quase 40 anos de história, comprou a Resultados Digitais, de automação de marketing digital, fundada dez anos antes, em Florianópolis. A Locaweb, aos 24 anos, adquiriu a plataforma de marketing de influência Squid, lançada em 2014. A sexagenária Magazine Luiza arrematou, entre outras, a curitibana SmartHint, fundada em 2017, que usa inteligência artificial para buscas online, e a produtora de conteúdo Jovem Nerd, nascida em 2002.

Apesar do cenário global de diminuição do capital de risco para startups tecnológicas, no ano passado, houve alta de 65% no total de fusões e aquisições no segmento de martechs em comparação com o exercício anterior, segundo a Distrito. O ganho de relevância na coleta e interpretação de dados e no emprego dos algoritmos e da inteligência artificial no planejamento e na criação de ações de comunicação e marketing e na produção e recomendação de conteúdos fazem com que as martechs avancem em vários segmentos paralelos. Tanto que elas assumiram o status de terceiro segmento mais numeroso no universo das startups brasileiras, atrás
apenas de fintechs e retailtechs.

Através de exemplos como o da plataforma de interações entre marcas e consumidores em aplicativos de mensagens Take Blip, o da produtora de conteúdo RockContent, o da plataforma de experiências Sympla e o da especialista em inteligência artificial e big data Cortex, a reportagem
das páginas 28 a 32 encerra o especial Business Transformation. Nesta temporada,  foram seis capítulos, com foco em startups que ajudam a mudar alguns dos setores econômicos mais importantes do mercado, seus estilos de fazer negócios, atraire reter talentos e construir e comunicar marcas. No site que consolida o conteúdo (businesstransformation.meioemensagem.
com.br) estão disponíveis os cinco capítulos anteriores, dedicados a fintechs, edtechs, foodtechs, healthtechs e retailtechs.

As martechs bateram recorde de captação no ano passado, somando US$ 228,9 milhões, além de terem protagonizado, como destaca a reportagem especial, IPOs importantes de empresas brasileiras, como os de Zenvia e Infracommerce. Elas também mudaram o foco de aquisições dos grandes grupos globais de agências e serviços de marketing. Se nas décadas anteriores
houve busca por incrementar o produtor criativo, através da incorporação de marcas fortes na publicidade, agora as prioridades são commerce, dados, serviços na nuvem, games e metaverso, como mostra reportagem desta edição.

No cenário de transformação nos negócios dessas holdings, que têm suas maiores fatias de receita vindas da compra de mídia, as adtechs, demais martechs e startups são um campo vasto para aquisições, mudanças nos negócios e aumento no share tecnológico e disruptivo da publicidade.
Como descreve Pyr Marcondes, em sua coluna na página 36: “Estamos diante do desafio de construir um novo marketing para uma nova e imersiva realidade”. Vale aqui também o que ele diz sobre a Web3.0: não é uma evolução, é uma revolução

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