Maximalismo no trabalho: comece com “tudo”

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Opinião

Maximalismo no trabalho: comece com “tudo”

Tal conceito nos convida a abandonar as limitações de uma visão restrita e a explorar a vastidão de possibilidades que se estendem diante de nós


12 de março de 2024 - 6h00

Quando trabalhamos sempre ouvimos, concentre-se no todo. Mas e o que está além do todo? Afinal a palavra “todo” refere-se a coisas mais específicas; já a palavra “tudo” se refere à totalidade das coisas, justamente onde o maximalismo nos ensina a começar. E por falar em começar, vamos ao princípio: o maximalismo era um movimento político no início do século passado que preconizava – “Fazer o máximo possível dentro das condições específicas de cada sociedade, tendo em conta suas características particulares” (José Ingenieros). Os maximalistas foram os primeiros a defender o direito ao divórcio e ao aborto, a exigir educação e saúde para todos, a garantir às mulheres direitos e salário igual ao dos homens. Parece atual? Isso foi efetivado e transformado em lei, entre 1917 e 1920 na União Soviética. Refiro-me aos bolcheviques, mas esclareço que para mim o conceito de maximalismo, não é uma simples referência política, mas uma concepção de filosofia subjacente elaborada no início do século 20, extremamente relevante para compreendermos as necessidades impostas pela transformação acelerada da sociedade moderna em que vivemos. É bom lembrar que a história nos oferece exemplos de como ideologias e movimentos, embora inicialmente promissores, podem se transformar em algo muito distante do concebido a partir de sua implementação por conta de pressões políticas, contestações e enfrentamentos que os desvirtuam.

A nós cabe assimilar a visão maximalista, como conceito que nos convida a abandonar as limitações de uma visão restrita e a explorar a vastidão de possibilidades que se estendem diante de nós. Ela representa uma mudança de paradigma, da visão “holística” tradicional para uma visão que busca compreender não apenas o “todo” conhecido, mas também o “tudo” que ainda não foi explorado.

O maximalismo é uma abordagem estratégica que busca não apenas a implementação de inúmeras ações, ele envolve a execução de ações simultâneas, complementares ou não, a busca ativa pelo nexo entre ações aparentemente distintas e a mais indispensável priorização. Uma abordagem que reconhece que a complexidade da sociedade moderna exige que seja feita uma análise de tudo o que cerca o todo, exige que se busque a compreensão mais abrangente possível e que através da abundância de ações e da habilidade de as organizar de maneira eficaz – alinhando-as a metas, ao tempo, a valores e contextos em constante evolução – se construa um planejamento eficaz e arrebatador.

O planejamento estratégico maximalista nos encoraja a não deixar nenhuma pedra sem revirar e a abordar a importância da flexibilidade e da revisão constante de estratégias para garantir a relevância, levando-se em conta o máximo nas condições que se apresentam (e que estão sempre se transformando). É preciso aprender a identificar tendências emergentes, oportunidades desapercebidas e ameaças potenciais, considerando especialmente as inovações disruptivas, as perspectivas não convencionais e as possibilidades infinitas que podem impulsionar o sucesso. A visão maximalista nos desafia a abraçar a complexidade, a adaptabilidade e a curiosidade incessante e nos lembra o tempo todo que a abundância de alternativas está ao nosso alcance, cabe a nós explorá-las em busca de soluções mais eficazes.

Temos que considerar os anseios da sociedade, ajustá-los às mudanças nas expectativas da população e em todas as interações para construir um relacionamento sólido e duradouro baseado em valores compartilhados e na confiança. Afinal se nos distanciarmos dos anseios da sociedade por um mundo melhor, se não nos envolvermos com as mudanças e não diversificarmos nossos olhares, nosso trabalho será difuso. E hoje, mais do que nunca, o que a sociedade exige é clareza. E ninguém consegue pensar com clareza se não for além do todo.

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